01/03/2016 - PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO 3
Idealizado no início de 2007, o
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) reunia as maiores obras públicas e
projetava o correto sentido do grande progresso que deveria ser alcançado.
Naquela época, o PIB cresceu mais de 5% ao ano, sendo a média dos oito anos do
presidente Lula de 4% anuais. O PAC é de investimentos necessários para a
infraestrutura, conduzido pelo Estado, provocando na economia o efeito
multiplicador, segundo Keynes, atraindo o “espírito animal” do empresário para
realizar o efeito acelerador. Assim, obtendo crescimento econômico que,
teoricamente, é sustentável, ainda conforme Keynes. Já, no segundo mandato do
presidente Lula, a candidata dele, Dilma Rousseff, foi lançada como a mãe do PAC.
O Brasil fechou 2010 com crescimento de 7,6%, o presidente Lula encerrou o seu
segundo mandato com 83% de aprovação e a mãe do PAC foi eleita presidente da
República. Logo, lançou o PAC 2, e, no arroubo de que ganharia um segundo
mandato, adiantou o PAC 3. O investimento do PAC 1 (2007-2010) projetado foi de
aproximadamente R$500 bilhões. O investimento para o PAC 2 (2011-2014) dobrou a
estimativa para cerca de R$1 trilhão. Já o PAC 3 (2015-2018) extrapolou também
R$1 trilhão. Contudo, o aporte governamental seria por volta de 20%, em todas
as fases e o aporte privado seria em torno de 80%. No caso do investimento
público, 30% seriam feitos pela Petrobras, algo que ficou bastante frustrado.
Em 2007, a avaliação do PAC era feita com estardalhaço a cada quatro meses. Em
2011, deixou de ser feita dessa forma. Pouco a pouco foi minguando a satisfação
e hoje não se fala mais em PAC 1, 2 ou 3, e sim no PAC, simplesmente, mediante
orçamento federal anual.
Dessa forma, em 2014, os valores
pagos do PAC foram R$57,7 bilhões. Em 2015, foram R$47,3 bilhões. Em 2016, o
aperto será bem maior, ficando o previsto em R$26,5 bilhões. Conforme dados do
governo federal o valor do PAC, de 2015 para 2018 seria de R$1,04 trilhão,
sendo que inicialmente a União desembolsaria 24,2% no período. Ou seja, R$251
bilhões. Pelo andar da carruagem, somente poderiam ser aplicados de 2015/6
R$73,8 bilhões. Ou seja, 29,4%. Ficando a diferença de R$177,20 bilhões para o
período 2017/8. Provavelmente, não ocorrerá.
Em direção há uma década, o PAC
ainda carrega uma lista de obras que já faziam parte do PAC 1 e que até agora
seguem sem conclusão. São os exemplos a Transposição do Rio São Francisco, o
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, a Refinaria Abreu e Lima, a Ferrovia
Transnordestina, a Usina Nuclear Angra 3, a pavimentação da Br 163 no Pará.
Referidos projetos já há muitos anos deveriam sair da lista do PAC. Para o
governo a maior parte dos grandes projetos referidos será entregue até 2018 e o
desempenho do PAC é bom. Não é. Sem contar com as investigações de corrupção
estão descobrindo que os maiores atrasos se devem justamente aos aditivos de
valor. Isto é, de superfaturamento. E quem diz isso é o TCU.
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