15/03/2016 - À CAMINHO DA DEPRESSÃO
O que é o maior mal do que uma
recessão é uma depressão. Este receio já existe no Brasil, devido à
incapacidade do governo Dilma de sair do buraco em que se meteu. A recessão é
uma queda dos investimentos, que se traduzem em queda do PIB, abaixo de zero. A
literatura registra que citada queda, até atingir ao fundo do poço se situa em
- 2%, em média anual, para um ou poucos anos. A recessão severa é também de uma
retração do PIB de – 3,2%, em média anual, para um ou poucos anos. Já é o caso
brasileiro. Daí, destacaram-se as preocupações de protestos nas ruas, como o
verificado no dia 13, passado. Milhões já reconhecem a incompetência da equipe
econômica atual e exigem mudanças imediatas.
Exceto o período de envolvimento
em guerra, existem três crises econômicas classificadas como depressão. A
Grande Depressão, que parecia o “fim” do capitalismo, ocorreu nos Estados
Unidos, na década dos anos de 1930. Iniciando-se com a quebra da bolsa de Nova
York, em 1929. O que pouca gente se refere é porque houve o crash
(esfacelamento) das ações das grandes multinacionais. Sem dúvida houve uma
superprodução acumulada, que não seria absorvida em anos futuros. Portanto,
necessário se fez, desempregar forte, reduzir investimentos, por alguns anos,
visando ajustar a demanda agregada à oferta global. Depois foram quatro anos
consecutivos de quedas fortes no PIB, de 1930 a 1933, acumulando o PIB
americano perdas de 29%, no período. Estendeu-se pelo mundo. Naquela época, a
participação dos Estados Unidos, em temos relativos, já era maior do que a tem
hoje. Próxima de 40% do PIB mundial, naquela época e, próxima de 25% do PIB,
atualmente.
Na década de 1990, a Finlândia
teve quatro anos consecutivos de quedas no PIB. Em 1990, - 1,4%; em 1991, -
5,9%; em 1992, - 3,3%; em 1993, - 0,7%. Uma
perda acumulada de 11%. No século XXI, a Grécia vem passando por isso. Em 2008,
- 0,4%; em 2011, - 8,9%; em 2016, - 1,3%. Uma depressão que assusta a
Comunidade Europeia, visto que ainda está em curso.
O fato das manifestações de rua, de
domingo, quanto à insatisfação da condução política e da decadência da economia
nacional, jogou-se ontem mais lenha na fogueira com a divulgação do Índice de
Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de janeiro. No acumulado de 12
meses, a recessão é de – 4,48%. O Banco Credit Suisse, citado pela revista
Exame, desta quinzena vê o pior cenário, mediante aprofundamento dos problemas,
chegando à depressão. Em 2015, o PIB seria de – 3,8%; em 2016, de – 6,1%; em
2017, de – 2,3%. Cerca de - 15 % de caos para a economia brasileira, em três
anos consecutivos.
Em resumo, o desespero está
tomando conta do governo da presidente Dilma. Em seu socorro saiu ontem, um dia
após os protestos de ruas, o no. 2 do governo, o Ministro da Casa Civil,
Jacques Vagner, adiantando ainda que irão sair medidas de revigoramento da
economia. Sugerindo que seria usada parte substancial das reservas externas
para reduzir a dívida pública, gerando recursos de caixa para que o governo
realize os propostos investimentos em infraestrutura, constantes do Programa de
Aceleração do Crescimento. Na confusa ação governativa, o ministro da Casa
Civil parece estar batendo cabeça com o ministro da Fazenda.
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