11/03/2016 - SINTOMAS DA INFLAÇÃO AINDA FEBRIL
O problema mais recorrente da
economia é a inflação. Tem que ser observado todo dia. Uma comparação simples
seria de que a inflação seriam células compostas de bactérias. Assim, faz parte
do corpo vivo que tem quantidades adequadas de bactérias, mas as pode ter em
excesso ou por falta. Não existe a figura de inexistência. A inflação adequada
é muito pequena, variando de zero a 2%, para evitar o entesouramento (pessoas
guardarem dinheiro em casa), para receber alguma remuneração e não ver seu
dinheiro desvalorizar-se. Dinheiro em circulação é fundamental na economia. A
partir de 2% até 6,5%, por exemplo, que é teto da meta inflacionária, fixado
pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o processo inflacionário está
controlado. Fora de 6,5%, escapou do controle do CMN. Passando de 10%, já é um
problema perturbador. Além de 10%, até uma hiperinflação, certamente poderá
trazer pequeno crescimento, estagnação ou recessão. Dificilmente, trará grande
crescimento, a não ser por injeção maciça de dinheiro externo, tal como
aconteceu no País nos anos de 1970. A teoria informa que geralmente inflação e
crescimento tem razão inversa. Como atualmente se verifica, inflação acima de
10% e recessão.
O que há de novo? É a inflação de
fevereiro, de 0,9%, perante 1,27%, que parece desacelerar, depois de cerca de
um ano com perspectiva de alta. A inflação saiu da casa de 10,7% para 10,3%,
anualizada, de janeiro para fevereiro. Pela estimativa do Itaú-Unibanco, o IPCA
de março deve ficar em 0,48%, o que traria o acumulado do ano para 9,4%. Os 120
analistas consultados pelo Banco Central apostaram na semana passada em
inflação deste ano de 7,59%. A cada semana eles reveem a posição e acreditam em
tendência de baixa. Em razão da queda do câmbio desde a semana passada, que tem
forte influência na taxa inflacionária (30%) e mediante expectativa de que os
preços administrados pouco irão subir neste exercício, já que muito subiram no
ano passado, o diretor do Departamento de Pesquisas Macroeconômicas do
Bradesco, Octávio de Barros, afirmou: “Tornou-se imensa a chance do Banco
Central cumprir a meta da inflação em 2016 (abaixo do teto de 6,5%) e chegar ao
centro da meta de 4,5% em 2017”.
Está posta a tendência de queda
da inflação. Gastos menores começaram a frear o seu avanço. A ata da reunião do
COPOM, divulgada ontem, avisa que poderá reduzir juros ainda neste ano.
Entretanto, ainda não se tem sinais consistentes de desaceleração em resposta à
crise, como afirma o Banco Central. Especulações levaram à elevação da bolsa de
valores, conforme causou rumores de acertos da política econômica ou
impeachment de Dilma, o fundo do poço geralmente estará sendo batido neste
primeiro semestre e se aguarda que haja retomada de crescimento lento, a partir
do segundo semestre do ano em curso. Porém, a atual equipe econômica está tendo
dificuldades incríveis em articular uma política econômica de incremento do
PIB. Some-se a isso, novo discurso do Ministro da Fazenda, Nelson Barbosa,
ontem, na comemoração dos 30 Anos do Tesouro Nacional, de que irá propor
medidas estruturantes. Como serão?
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