18/03/2016 - DÉFICIT PÚBLICO CONTINUADO DETERIORA A ECONOMIA
É tão óbvio que o déficit público
deteriora a economia, faltando dinheiro para principalmente investimentos em
infraestrutura, de um País tão carente dela, além da dívida pública ter saltado
de 53%, em 2011, para 66% do PIB em 2015, sendo projetados 80% do PIB, em 2018,
se continuar a deterioração em tela. A tônica da boa gestão econômica, baseada
no consagrado tripé: superávit primário, câmbio flutuante e meta de inflação
vinham sendo mantidos pela economia brasileira desde a consolidação do Plano
Real, de 1994, mas o superávit primário, após 18 anos, foi quebrado em 2014,
corroendo o tripé, que se desmoronou em 2015. Em meados de 2014, o Brasil
ingressou em recessão, visto que se tornou necessário o ajuste fiscal, a partir
de 2015, alterando os dois lados da contabilidade de receitas e de despesas
públicas. Para as receitas, o governo federal tem elevado às alíquotas de
impostos, retirando subsídios, criando novos impostos, tais como aqueles
advindos da lei de repatriação de dinheiro do exterior e na lei de elevação dos
ganhos de capital, estando ainda cogitados a criação de imposto sobre grandes
fortunas e recriação da CPMF. Para as despesas, cujo orçamento anual tem cerca
de 90% de gastos obrigatórios, o governo cortou muito pouco e cortou também
investimentos imprescindíveis em infraestrutura. Como resultado síntese, o
Brasil ingressou em forte recessão.
O círculo vicioso de maus
resultados vem reduzindo há, pelo menos três anos, a confiança dos consumidores
e dos investidores. Sem dúvida, a restauração começa pela volta da confiança.
Mas, não se a tem se não se define pelo menos uma agenda econômica, que o
governo atual nunca teve. Ademais, o governo federal perdeu a maioria dos
congressistas, neste segundo mandato (2015-2018), não conseguindo aprovar os projetos
de ajustes e, quiçá, as reformas estruturais já ansiadas, mas ainda nem
enviadas em projetos de lei. O pessimismo tem se aprofundado e não se chegou
ainda ao fundo do poço.
O Ministério da Fazenda tem feito
mensalmente pesquisa sobre a arrecadação anual, denominado de Prisma Fiscal,
consultando economistas e analistas de mercado, acerca de expectativas de
receitas, perante o orçamento anual aprovado, o qual têm 90% das despesas
obrigatórias. Pelo terceiro ano, é previsto déficit primário cavalar, de R$79,5
bilhões. No ano passado, efetivou-se déficit de mais de R$100 bilhões. Em 2014,
o déficit primário foi de R$32 bilhões. Na pesquisa do mês anterior o déficit
estimado para 2016 foi de R$70,7 bilhões. Para o próximo ano, a pesquisa
referida aponta também déficit primário de R$71,3 bilhões.
Sempre, no início de cada ano se
prevê superávit. Porém, agora, a pesquisa Prisma Fiscal leva a perspectiva de
quarto ano de déficit primário consecutivo. No início deste ano, acreditava-se
em superávit de R$60,2 bilhões. Mas, o Ministério da Fazenda já cogita em
propor ao Congresso a meta de R$30 bilhões. O fato é que a recessão brasileira
está perto de ser considerada depressão.
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