16/03/2016 - LEI DE REPATRIAÇÃO DE RECURSOS
A presidente da República
sancionou a lei de repatriação de recursos. Apesar do nome, a lei não objetiva
trazer os recursos irregulares, mas legalizá-los no País. Dessa forma, cidadãos
e empresas que tiverem recursos no exterior, não declarados no Brasil, terão do
dia 04 de abril até 31 de dezembro deste ano, para regularizar a situação
perante a Receita Federal. A expectativa é de arrecadar R$21 bilhões, que já
constam do orçamento anual aprovado. A Receita cobrará 15% de imposto de renda
e 15% de multa pelos valores declarados, que poderão ficar no exterior.
Trata-se de contas bancárias, depósitos em cartões de crédito, apartamentos,
ações. Ou seja, todo bem, direito ou propriedade, que não foram declarados até
31-12-2014. O contribuinte recebe o perdão dos crimes cometidos contra a ordem
tributária, tais como sonegação, lavagem de dinheiro, contrabando, falsidade
ideológica. Outra vantagem é a cotação do dólar, em 31-12-2014, que estava
cotado em R$2,66. Ontem foi cotado a R$3,65, o dólar comercial. Há barreiras à
repatriação para aqueles que foram condenados, mesmo que em primeira instância,
bem como recursos oriundos de tráfico de drogas e de armas. Além disso,
detentores de cargos públicos estão vedados. Há vários casos deles nos
tribunais. O mais famoso é do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que não
poderá se safar dessa. Aliás, este é o mais provável a perder seus direitos
políticos e de ser condenado. No tempo dele não haverá o que Paulo Maluf fez, de
não ir para a cadeia, depois de condenado em instâncias superiores. A
propósito, por exemplo, o ex-senador Luís Estevão, condenado em uma de uma
instância, foi recolhido à prisão, para cumprir os 2 anos de condenação, após
ele ter feito 34 recursos em dez anos. Muitos outros serão recolhidos.
Ontem veio a público o depoimento
coercitivo do ex-presidente Lula na Polícia Federal, no dia 4, passado.
Indagado quanto cobrava por palestra, ele revelou que cobrava US$200 mil, que
já chegou a cerca de R$800 mil. “Nem mais, nem menos”. Isto por que se
espelhava no que cobra o ex-presidente Bill Clinton. O foco dele é “vender” o
Brasil de grandes oportunidades. Para fins comparativos, Antônio Delfim Netto,
de 87 anos, ministro da área econômica de três governos, cobra R$15 mil por
palestra. Embora investigado, “por certo”, Lula deve ter declarado tudo à
Receita e não deverá usar a referida lei.
As receitas estimadas já fazem
parte do orçamento federal deste ano.
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