12/03/2016 - DESLOCAMENTO DO MODELO ECONÔMICO




A questão está posta, para mudança do modelo econômico. Criticado pelo PT, CUT e certos membros do governo, o Ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, elevou ontem o tom na defesa do ajuste fiscal e da reforma da Previdência. Para começar e ele está no caminho da retomada. Barbosa apregoa um ajuste fiscal mais frouxo no curto prazo, combinado com reformas estruturais para equilibrar as contas públicas no longo prazo. Isto é, conter os gastos públicos.

As aparências são de que está próxima a retomada do crescimento econômico, em um horizonte de um ano ou menos, devido aos sinais de que: (1) a bolsa de valores subiu, por vários dias, recuperando perdas substanciais. E, a bolsa de valores precifica o futuro da economia, mostrando a sensibilidade dos grandes capitalistas, que poderá mudar, mas depois das reformas estruturais, que parecem, poderão ser tomadas, conforme promessas do discurso do Ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, em evento pelos 30 Anos do Tesouro Nacional; (2) a desvalorização de 50% do dólar do ano passado estimulou as exportações, que, mesmo caindo para 30%, no momento, ainda se constitui em fator estimulante; (3) o processo inflacionário recomeçou a faixa da curva de descida; (4) parecem serem firmes os aumentos das commodities, que poderão estimular mais ainda o agronegócio, que tem crescido a taxas positivas, mesmo em período de crise; (5) o preço do barril do petróleo recuperou mais de 20% e os países exportadores estão fazendo acordo de produção para que não caia de US$40.00. Isto favorece a Petrobras; (6) a operação da Lava-Jato, de investigações na Petrobras, parece chegar ao fim, quando está chegando aos políticos, que serão julgados e as empreiteiras farão acordos de leniência, quiçá, com cláusula de compliance bond (seguro de conclusão da obra no prazo certo); (7) a questão política está chegando ao clímax de definição para uma possível governabilidade. (8) Como a “nova matriz econômica”, de incentivos a segmentos privilegiados e estímulos econômicos se esgotou, o citado ministro, que bem conhece o “modelo de expectativas racionais”, estabelecido por Keynes, de restauração da confiança dos agentes econômicos, mira a sua consecução.

A respeito do modelo de expectativas racionais, o Ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, declarou no referido evento, de que se descolará do “modelo de incentivos”, deslocando para o “modelo de expectativas”, compreendendo medidas de curto prazo, de redução da inflação e de geração de superávit primário. No longo prazo, para ele, a situação é “desafiadora”, havendo sinais de estabilização em alguns setores, tendo como perspectiva de estabilização no terceiro trimestre deste ano. Barbosa destacou que a situação requer medidas não usuais e que tem ser enfrentadas com “realismo, urgência e serenidade”. “O governo deve ser agente de estabilização, de redução da volatilidade”. “Devemos ter ousadia com responsabilidade de forma consistente e duradoura”. Está claro que Barbosa quer fugir da “nova matriz econômica” (2011-2014), influenciando a presidente da República. Se quiser, ela poderá adotar uma posição proativa, de mudança do modelo econômico. O PMDB está até sugerindo que ela mude de partido (para o PMDB, claro). Se não quiser mudar o modelo, o País continuará na draga danada em que se envolveu.

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