27/12/2016 - BOLETIM FOCUS DO INÍCIO E FIM DE ANO




As principais expectativas do mercado são auscultadas semanalmente pelo Banco Central, mediante consulta a 120 instituições financeiras, publicadas nas segundas-feiras como Boletim Focus. Os entrevistados, em janeiro deste ano, projetavam nova queda do PIB, já que em 2015 fora de – 3,8%. Para 2016, estimavam – 2,8%. Agora no final do ano recalcularam em – 3,5%. O quadro de piora se deveu a que os erros de política econômica fizeram o governo pedir autorização para um enorme déficit primário, de R$170,5 bilhões, em 2016. O orçamento de 2017, já aprovado, projeta um déficit primário de R$139 bilhões. São quatro anos de déficits consecutivos. O que está ocorrendo? Em 2009, ao procurar defender-se da crise, o governo usou uma contabilidade social criativa, conhecida como “pedaladas” fiscais. Ou seja, usando de vários truques. Um deles, exacerbando, mais que vinha sendo usado também por governos anteriores, fazer de conta que pagava um compromisso, mas no último dia do ano, jogava a despesa para o ano seguinte, como “restos a pagar”. No fim de 2014 ficaram para 2015, R$228 bilhões, mesmo assim reconhecendo déficit primário de mais de R$30 bilhões, em 2014, depois de 18 anos de superávit primário. De 2015 para 2016 restos a pagar se reduziram para R$186 bilhões. Para o ano que vem promete o governo ficar em R$166 bilhões de “restos a pagar”. Outro truque foi “tomar” emprestado dos bancos oficiais dinheiro como adiantamento, para pagar suas contas. Editou decretos não autorizados para gastar além da conta e a ex-presidente Dilma foi afastada do governo. Governo se contendo de realizar investimentos infraestruturais, além da operação Lava Jato paralisar um sem número de obras públicas, ambos aprofundaram a recessão. Assim, ganham-se terreno para limpar a área. Porém, ainda não foram estabelecidas as confianças do consumidor e dos empresários para investirem. Estes ficam na gangorra de voltar ou não a confiar na economia.

No combate à inflação, encerrada em 10,7% em 2015, o boletim Focus projetava em janeiro 6,8%, em 12 meses, agora, em dezembro, projeta 6,40% para fechar 2016. No início do ano projetava 5,2% para 2017. Agora projeta 4,77%. Sem dúvida, o Banco Central vem ganhando a batalha inflacionária. A SELIC estimada em janeiro para 2017 era de 12,75%. Hoje é de 11,53%. A SELIC irá cair e melhorará o cenário, visando a retomada do crescimento. Já o câmbio, em janeiro se projetava R$4,00 para o fim deste ano. Agora se estima em R$3,32. Para 2017, o dólar era projetado para R$4,23. Agora para R$3,42. Assim, parecem que as “coisas” vão melhorar, mas lentamente.

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