21/12/2016 - NORDESTE SE AFUNDA MAIS DO QUE BRASIL
Na década passada, o Nordeste foi a região que mais cresceu
no País. Na década atual é a que região que mais se afunda no ciclo econômico
de baixa. A seca na região atinge cinco anos e deixa a vida do nordestino mais
cara. Assim, a inflação medida nas principais capitais do Nordeste, ainda que
tenha perdido força, é mais alta do que a média nacional. Os piores indicadores
estão em Salvador, Recife e Fortaleza, todos com altas superiores a 8% nos
últimos 12 meses, enquanto a média nacional é inferior a 7%. No entanto, as
vendas no comércio recuaram 10,1%, enquanto no País foram de 6,9%, conforme
associações comerciais. A região concentra o maior número de municípios em
relação às demais, sendo que 80% deles dependem de verbas federais. Asa
receitas se reduziram em termos reais, voltando aos níveis de 2010, enquanto as
despesas subiram em termos reais. Um fenômeno que não acontecia com frequência,
mas ocorreu foi de a maioria dos prefeitos regionais não se candidatarem à
reeleição deste ano. No Estado de Pernambuco, 50% da mão de obra recebe
dinheiro do Estado. No Nordeste existem 7 milhões de famílias beneficiadas pelo
Programa Bolsa Família, sendo mais da metade dos assistidos no Brasil. Os
nordestinos são 28% dos brasileiros.
Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua, em setembro, o Brasil tinha 11,8% de desempregados. O Nordeste 14,1%.
O desemprego neste caiu em 12 meses quase 6%. O baque também tem repercutido
nas crenças aos políticos, muitos dos quais não se elegeram, a exemplo de João
Henrique Carneiro, em Salvador, que fora prefeito duas vezes, nem chegou a
eleger-se vereador da Capital e não fora bem votado. Consoante ainda o IBGE, a
renda do trabalho nordestina recuou 3,9%, contra 2,1% da brasileira, no
terceiro trimestre de 2016, considerado 12 meses. Segundo o Banco Central (BC),
até setembro, o PIB nordestino já recuou 5,8%, enquanto o brasileiro 5,1%,
medido pelo índice mensal de atividade do BC (IBC-Br).
A colocação em foco da corrupção brasileira pelas operações
desde 2014, da Polícia Federal, interromperam obras gigantescas como a ferrovia
Transnordestina, a transposição do Rio São Francisco e as obras da refinaria
Abreu e Lima. A referida ferrovia de 1.753 km projetados, em uma década
consumiu R$6,27 bilhões, tendo um terço realizado. Porém, começou pelas cidades
do interior e não se chegou aos portos. Portanto, não tem escoamento da
produção. Houve um erro horrível. Deveria ter começado pelos portos, em direção
ao interior. Assim, teria produção para escoar. Agora, não tem movimento
comercial. A transposição do Rio São Francisco já gastou mais e é outra
quimera. A refinaria Abreu Lima é um dos principais focos da corrupção
identificada pela operação Lava Jato. Somente de corrupção gastou mais do que
qualquer uma das outras obras em referência.
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