07/12/2016 - MODELO DE CURTO E LONGO PRAZO




Durante cerca de 30 anos o Brasil trabalhou com o modelo econômico de longo prazo. Isto é, fez planejamento econômico estratégico, refletindo-se em oito planos econômicos. Planos SALTE, DE METAS, TRIENAL, PAEG, PED, I PND, II PND, III PND. Os choques do petróleo de 1973 e de 1979 elevaram brutalmente os preços do barril, fazendo com que a inflação escapasse da casa dos 100%, 200% e, assim por diante, em direção à hiperinflação, que se acreditava quando ultrapassasse 1.000%. Assim, com a inflação entre 100% a 200%, iniciou-se com a série de sete programas de estabilização.  CRUZADO, CRUZADO II, BRESSER, VERÃO, COLLOR, COLLOR II e REAL. Os seis primeiros debelavam a inflação, chamando-a para zero, mas ela depois voltava mais forte, ao ponto de no ano do Plano Collor, 1990, ela cravar 2.596% e a economia recuar – 4,3%. Somente o Plano REAL conseguiu que a civilização ficasse civilizada e convergisse para a meta inflacionária de um dígito. Portanto, desde 1979, que a gestão econômica tem sido de um modelo econômico de curto prazo.

Durante a era FHC, em 1999, estabeleceu-se o modelo de curto prazo, do tripé de meta de inflação, superávit primário e câmbio flutuante. Lula seguiu à risca o citado modelo. Dilma, no final da sua gestão, fraturou o modelo do tripé com déficit fiscal, depois de 18 anos, inflação acima da meta e câmbio desorganizado. Muito se faliu aqui e já há literatura suficiente, tal como “Anatomia de um desastre”, de Cláudia Safatle e outros, um dos livros mais vendidos atualmente.

Fica-se, assim, ao saber da divulgação das tendências da economia, através semanalmente do Boletim Focus, do Banco Central (BC). Nesta semana, os 120 analistas de instituições financeiras, consultados pelo BC, melhoraram suas estimativas para atividade econômica deste ano e pioraram para 2017, mostrando que o ritmo de retomada da economia do País será mais lento do que o desejado pelo governo. As instituições financeiras projetam que neste ano o PIB deverá recuar 3,43%, contra previsão da semana anterior de 3,49%, enquanto para 2017, o incremento do PIB seria de 0,8% contra a estimativa da semana anterior de 0,98%. Já a inflação se situaria em 2016 abaixo de 7% e em 2017 abaixo de 5%.

Em resumo, sabe-se que a economia terá baixa inflação e baixo crescimento em 2017. O ano de 2016 já são favas contadas, de forte recessão, por volta de 3,5%. O ano de 2018 ainda terá previsões. Ou seja, as previsões são de curto prazo e desde 1979 se abandonou o planejamento estratégico. Enfim, fica-se com a esperança de que a ortodoxia, que é de curto prazo, reative mais a economia. A esperança do mercado veio na ata do COPOM, divulgada uma semana depois da reunião de 45 em 45 dias, sobre a taxa básica de juros, de que “há espaço para cortar mais”. Na próxima reunião acenaram com 0,5% de redução na SELIC.

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