16/12/2016 - JUROS SE ELEVAM NOS EUA




A teoria econômica ensina que juros se elevando são medidas de desaquecimento da economia. Nos Estados Unidos, após a grande crise de 2008, a segunda maior desde a Grande Depressão do capitalismo, de 1929, os juros caíram em todo o mundo desenvolvido, visando recuperar a economia global. Somente em dezembro de 2015, após oito anos, convictos da sua recuperação, os EUA elevaram os juros de 0,25% para 0,50% ao ano. Juros que estavam negativos, em face de uma inflação inferior a 2% anuais. Mesmo assim, a melhora continuou, com crescimento real mais forte, desemprego baixo e aceleração da inflação. Um ano depois, o Banco Central dos EUA (FED) elevaram os juros básicos de 0,50% para 0,75% anuais, taxa ainda muito baixa, visto que a inflação é bem maior. O inverso tem acontecido no Brasil dos últimos três anos, em forte recessão e que somente agora, no segundo semestre de 2016, reduziu lentamente a taxa básica de juros, de 14,25% para 14% e para 13,75% ao ano. Porém, a taxa real de juros aqui se encontra extremamente elevada, por volta de 8% reais ao ano. O FED indicou ainda que elevará os juros três vezes em 2017, levando a taxa básica para 1,4%, presumivelmente. Ainda assim, não empata com a inflação.
Aumentos de juros nos Estados Unidos levam a que financistas saiam de países emergentes, como o Brasil, devido à segurança dos títulos americanos. A perda brasileira leva com que o dólar fique mais caro e se reduzam os preços das commodities que o País exporta. Dois efeitos deletérios para a economia brasileira, que necessita de urgente retomada do crescimento. A tendência é de que se elevarão, no longo prazo, haja vista que o presidente eleito, Donald Trump, do partido republicano, já se postou nessa direção, alegando corte de impostos e elevação de gastos em infraestrutura. Isto é, ele atrairá mais dólares, para realizar os gastos a que se propõe. Relembre-se aqui que, outro republicano, Ronald Reagan, defendeu-se dos choques do petróleo, elevando os juros para a estratosfera de 20% anuais, em média, muitas vezes superiores à inflação americana.

O jornal Financial Times coloca que a grande questão é se as pressões de curto prazo pelo aumento de juros nos EUA são suficientemente fortes para superar as forças globais de longo prazo, tais como o envelhecimento da população global, aumento da desigualdade e a desaceleração no avanço da produtividade. Essa é uma preocupação europeia. Para os republicanos dos EUA “la nave và”. Para o Brasil vem aí um pacote de 10 medidas, que será comentado amanhã.

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