14/12/2016 - DEVAGAR NÃO SE VAI AO LONGE
Ditado popular: “devagar se vai ao longe”. Nada mais falso.
Quase todo aquele que vai devagar chega atrasado. Está parecendo cada vez mais
o atual governo de Michel Temer, há mais de seis meses de gestão, sem que reative
a economia. Agora, ele tem a oportunidade de dinamizar sua gestão, visto ter
aprovado a PEC do teto dos gastos.
Para aqueles que não acreditam no govberno, conforme a coluna
de ontem, na Folha, de Mário Sérgio Conti: “Fora Temer”. Para ele o “Temer é
hoje o obstáculo maior à normalidade democrática e a racionalidade econômica. A
sua manutenção no cargo é gasolina no incêndio. Ele fará com que a crise se
alongue e faça mais vítimas. Atiçara os arautos da força”. Em parágrafo
anterior: “Não é por acaso que o projeto do Planalto preserva as aposentadorias
dos militares. O governo tem medo que as Forças Armadas passem para o lado dos
que terão os seus direitos dizimados”. O fato é que, somente se teria mais 17
dias para Temer renunciar e haver eleições diretas. Se for afastado em 2017,
pelas apurações de fraude pelo TSE ou por envolvimento na delação premiada da
operação Lava Jato, já tendo sido citado 43 vezes somente na primeira delação
de 77 delatores da Odebrecht, a eleição de presidente seria indireta, sendo o
Brasil comandado pelo presidente da Câmara e a eleição indireta seria conduzida
pelo Senado. Vive-se, assim, o martírio da ilegitimidade. A esperança tem sido
a de que Temer repetisse algo parecido com Itamar Franco, vice-presidente que
assumiu, depois de Collor afastado e que reativou a economia, que cresceu 4,9%
em 1993. Mas, qual? Os brasileiros ficam na aguarda de um fato novo, que retire
a economia do marasmo. Ainda não se chegou ao fundo do poço. A mesma pesquisa
Datafolha comentada nos últimos dias, mostra que querem que o presidente Temer
renuncie 63% dos entrevistados, para que haja eleições diretas. Isto não
acontecerá e o presidente até amanhã lançará um pacote econômico de melhoria
geral do ambiente dos negócios, cujos detalhes ainda não estão claros, após a
aprovação da PEC 55 no Senado.
Em documento enviado ao procurador geral da República,
Rodrigo Janot, o presidente Michel Temer afirmou que o vazamento das delações
tem causado “interferência” na condução de ações do governo e pediu rapidez na
conclusão das investigações. Claro, ele quer parar de sangrar, por hipótese
admitida, de ter recebido R$15 milhões da Odebrecht, sem ter declarado ao STE.
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