26/12/2016 - PREVISÕES PÓS-NATALINAS PARA 2017
Passado o Natal, a pergunta mais recorrente é se o ano de 2017
vai ser melhor ou pior do que 2016? Há poucos dias o general Eduardo Vilas
Boas, comandante do Exército Brasileiro gravou um vídeo de 3 minutos para os
seus pares, afirmando que 2017 será pior do que 2016, inclusive com repercussão
de baixa nos salários. Não disse em que método se baseou. O achismo não vale. O
fato é que os economistas costumam fazer análise da regressão, mediante dados
estatísticos e formulação de equações matemáticas, definindo uma ou mais
equações teóricas, que permitem fazer previsões de tendências racionais. Isto
é, extrapolação de tendências. Claro, as previsões não serão iguais à verdade,
mas ficarão perto dela, em situação de normalidade. Se acontecer um desastre ou
um boom, os resultados serão bastante diferentes.
O IBGE possui registros das contas do PIB desde 1901. Na
sequência histórica, o triênio de 1929-1931 é o quarto pior da história, visto
hoje, o primeiro, da época. Vivia-se a Grande Depressão. A renda per capita do
brasileiro caiu 7,9%. No triênio 1980-1983, a pior recessão de todas, reflexa,
principalmente, dos dois choques do petróleo, já que o Brasil importava por
volta de 80% do consumido, assim como havia a ressaca do “milagre brasileiro”,
ou seja, a dívida externa teve juros elevados para mais de 20% anuais, tendo o
Brasil pedido socorro ao FMI. O PIB per capita recuou 12,1%. No triênio de
Collor, 1990-1992, o terceiro pior, a baixa acumulada do PIB per capita foi de
8,4%. Neste triênio, de 2014-2016, a previsão da renda per capita é de encolher
9,2%. Até agora, o segundo pior, ficando nesta colocação, a não ser que o
general acima citado seja o profeta do apocalipse, levando o País à pior
recessão da história.
Em artigo de ontem, na Folha, Vinicius Torres Freire,
intitulado “O Milagre do Natal de 2017” se inicia assim; “84 SERÁ igual ou pior
do que 83”, dizia a manchete desta Folha no Natal de 1983, baseada em pesquisa
com empresários. O Brasil vivia o pior triênio de recessão do século. Em 1983,
a economia encolheu 2,9%. No entanto, em 1984, cresceria 5,4%. Um grande erro feliz
de previsão. Pode acontecer em 2017?”
O governo federal prevê retomada do crescimento em 2016. As
120 instituições financeiras, consultadas semanalmente pelo Banco Central,
aduzem a pequeno crescimento, por volta de 1%. Pela lógica, a inflação caindo,
os juros básicos se reduzindo, paulatinamente, algumas reformas microeconômicas
e, somente, em vigor, a Lei do Teto dos gastos públicos, em conjunto, induzem mesmo
a pequeno crescimento econômico.
Comentários
Postar um comentário