10/12/2016 - O CERNE DO PROBLEMA DAS FINANÇAS PÚBLICAS
Para Abram Szajman, presidente da Fecomércio-SP, em artigo na
Folha de ontem: “PEC do teto dos gastos é boa, mas não basta”. Não basta porque
se necessitam das reformas estruturais. Seu primeiro parágrafo diz bem sobre o
dessaranjo da contabilidade nacional. “Entre 2011 e 2016 a despesa primária do
governo federal apresentou crescimento consecutivo de 16,7% para 19,9% do PIB.
No mesmo período, a receita líquida caiu de 19% para 17,2% do PIB, o que
resultou em saldo negativo recorde de R$170,5 bilhões”. Em aproximadamente três
linhas ele traduziu a má gestão de Dilma Rousseff. Este se tornou o cerne do problema das
finanças públicas. A volta ao equilíbrio e ao superávit. Ademais, ele acredita,
como os empresários em geral, que a PEC 55 é boa, visando diminuir o tamanho do
Estado e no suposto de que aumentará o tamanho do setor privado. Porém, para
que o incremento do investimento ocorra é necessário que sejam também
realizadas as reformas microeconômicas. As reformas macroeconômicas são por
demais referidas. A do teto dos gastos será aprovada dia 13 próximo. A reforma
da Previdência somente em meados de 2017. Para Abram, a Previdência e a
Assistência representam 50% dos gastos do governo federal. O número de pessoas
atendidas cresce anualmente entre 3,5% a 4%. “Apenas o déficit da União e
Estados com inativos atingiu R$137 bilhões em 2015, ou seja, 2,3% do PIB”,
segundo ele. A reforma para flexibilizar as concessões e estimular o ingresso
de capitais produtivos se iniciarão com os cerca de 30 leilões, a serem
realizados no segundo trimestre de 2017. A reforma tributária, a reforma trabalhista
e a reforma sindical nem se tornaram ainda anteprojetos. A reforma política
está encrencada há décadas.
As reformas microeconômicas são as relacionadas com a
desburocratização do País. Isto é, de melhorar o ambiente geral dos negócios. A
reforma financeira, no sentido da poupança popular, tais como FGTS, PIS, PASEP
e caderneta de poupança irem mais barato para o maior número de empresas e de
indivíduos. Simplificar as normas tributárias, para ganhar-se tempo com o
recolhimento de tributos. Rever as regulações existentes. Abrir para as
exportações com acordos bilaterais. Abrir a saída para o oceano pacífico.
Permitir o aumento da produtividade, facilitando a abertura de empresas,
reunindo capital, trabalho e capital humano (tecnologia). Seria como fazer um
bolo, no qual a produtividade seria o fermento. Enfim, mudar os “humores” dos
empresários e consumidores. Gerar empregos e ampliar a renda nacional.
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