23/12/2016 - ACORDO DA ODEBRECHT É O MAIOR DO MUNDO
O grupo Odebrecht pagou US$1 bilhão em propinas para realizar
obras em doze países, sendo multado em R$6,9 bilhões, ficando a ser pago ao
Brasil R$5,3 bilhões (80%), R$1,6 bilhões aos EUA (10%) e Suíça (10%). A multa
será paga em 23 anos, conforme o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ), que
assinou acordo de leniência com a empreiteira. Sem entregar nomes, referiu-se
aos propineiros como ministros, autoridades e políticos influentes. As propinas
foram pagas de 2001 a 2016. Do valor de US$1 bilhão de propinas, mais de R$3
bilhões, o DOJ estimou que o citado grupo recebesse em troca de benefícios
quatro vezes mais com os contratos, ultrapassando R$12 bilhões. Dos acordos realizados
na justiça americana de Nova York o da Odebrecht é o maior. Seguem-lhe o da
Siemens, de US$800 milhões, em 2008; o da Alstom, de US$772 milhões, em 2014; o
da BAE Systems, de US$400 milhões, em 2016. Os papeis divulgados, a maioria
deles fora fornecido pela justiça brasileira, que tinha assinado acordo de
leniência com a Odebrecht no dia 1º, passado. 77 dos seus dirigentes e ex-dirigentes
fizeram delação premiada, já em mãos do ministro do STF, Teori Zavascki, que
provavelmente os tornará públicos em fevereiro próximo. No Brasil existe essa
coisa de sigilo do STF, mas inúmeros políticos, principalmente de Brasília,
estão em polvorosa, já que sabem que seus nomes estão lá.
Foram mais de 100 projetos de obras, cujas propinas foram
para autoridades e políticos de 12 países, em ordem alfabética: Angola, US$50
milhões; Argentina, US$35 milhões; Brasil (Odebrecht), US$349 milhões; Brasil
(Braskem), US250 milhões; Colômbia, US$11 milhões; Equador, US$33,5 milhões;
Guatemala, US$18 milhões; México, US$10,5 milhões; Moçambique, US$0,9 milhão;
Panamá, US$59 milhões; Peru, US$29 milhões; República Dominicana, US$92
milhões; Venezuela, US$98 milhões. O acordo de leniência com autoridades
americanas e suíças é para evitar multas e novas ações. Os valores calculados
são para pagar ações ajuizadas.
Desde 2014, em curso a operação Lava Jato, uma enorme
paralisação de obras levou em muito contribuir para o atual quadro de depressão
econômica. Sair dele está muito difícil e ainda durará mais algum tempo (um semestre,
pelo menos).
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