13/12/2016 - TAXA DE POUPANÇA EM DECLÍNIO
Sabe-se que um país desenvolvido ou que alcançou a condição
de país rico possui elevada taxa de poupança global. O exemplo bastante citado
é o do Japão, um conjunto de ilhas sujeitas às intempéries, cujas proteções dos
cidadãos se devem à possibilidade de guardar-se quanto às diversidades. A taxa
média do Japão de poupança vem há décadas na faixa de 30% a 40%. O Japão é um
país capitalista. Referida taxa é livre. Já o exemplo da China, onde a taxa de
poupança está na faixa entre 40% a 50%. Só que a taxa de poupança lá é
compulsória. O Japão já é desenvolvido há várias décadas. A China, país
emergente como o Brasil, já está com o segundo PIB mundial e próximo de ser
considerado um país desenvolvido. Diferente do Brasil que se encontra na
armadilha de país de renda média, na faixa de US$6 mil a US$16 mil. A renda per
capita do brasileiro está por volta de US$11 mil. Depois que aqui chegou, há
cerca de 10 anos, quase que ultrapassou, mas parece que está mais para voltar
para US$10 mil, devido à forte recessão. A trave é de US$11 mil.
Quando o Brasil cresceu bem? Nos anos de 1970, por volta de
10% ao ano. Qual a taxa de poupança da época? Entre 20% a 25%. Mais,
recentemente, em 2010, o Brasil cresceu a 7,5%. A poupança ultrapassou 20%. A
taxa de investimento naquele ano foi de 21,5%. Um pouco maior do que
tradicionalmente é da poupança, devido ao ingresso de poupança externa. Porém,
a situação ficou tão grave em 2015, prolongando-se para 2016, conforme o IBGE,
a taxa de poupança alcançou 16,5%, mas a taxa de investimento alcançou 15,1%.
Onde ficaram os diferenciais entre ambas as taxas? Aplicados em títulos da
dívida pública, rendendo por volta de 14% ao ano de juros. Hoje em 13,75%. Para
que o investimento cresça, sem dúvida, o juro básico da economia precisa cair.
Como a inflação de novembro foi das mais baixas em cerca de 20 anos, para o mês
referido, o Banco Central já aciona com redução da SELIC em torno de 0,5%, já
em janeiro, mediante esperança de que o investimento adicional retorne.
Contudo, a questão de poupança também envolve a educação financeira. Como a
educação brasileira é reprovável, em todos os níveis, havendo escolas como
exceções, mas pontos mesmo de exceção, o Brasil continua patinando como de renda
média. Recentes escândalos das delações da operação Lava Jato atingiram em
cheio o governo federal. Este está procurando lançar um pacote econômico,
intitulado como Programa de Sustentação do Emprego. É de novo aguardar as
improvisações, quando o País precisa urgentemente das reformas micro e
macroeconômicas. O ideal seria o planejamento econômico de longo prazo. Porém,
este tem sido descartado desde que os choques do petróleo tornaram a política
econômica do tipo stop and go.
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