18/01/2016 - ORÇAMENTO APROVADO PARA 2017
O orçamento geral da União para 2017 foi aprovado pelo
plenário do Congresso Nacional há 3 dias, em uma votação relâmpago, um dia
depois da aprovação da PEC do teto, para seu enquadramento nela. Os gastos
federais foram fixados em R$3,5 trilhões, prevendo salário mínimo de R$945,80,
a partir de 1º de janeiro. O valor do salário mínimo é calculado pela variação
do INPC, acumulada em 2016, estimada em 7,5%, mais a taxa de incremento real do
PIB de dois anos atrás (em 2015 foi de – 3,8%). Portanto, não haverá aumento
real do salário mínimo. A votação do orçamento aconteceu depois de um acordo
entre o governo e os partidos de oposição. A perspectiva é de crescimento do
PIB de 1,3% e de que a inflação chegue a 4,8% o centro da meta dela projetado é
de 4,5%). A taxa básica de juros é estimada em 12,11% ao ano. O câmbio médio
projetado é de R$3,43 por dólar. As estimativas das despesas com juros e
amortizações da dívida pública consumirão R$1,7 trilhão. Ou seja, 48,6%. O que quer dizer isto? Perante uma carga
tributária tão alta, o gasto da dívida contempla a metade da arrecadação. Já há
muito tempo. Isto é, dos 36% do PIB de carga tributária, 18% é parte da dívida
e 18% é para as despesas em geral. Por isso, o governo “nunca tem dinheiro”.
Ora, a dívida é que deve ser equacionada para o governo honrar compromissos e
realizar inversões em infraestrutura. Conforme o texto R$306,9 bilhões serão
destinados ao pagamento de pessoal na esfera federal. Cerca de R$90 bilhões
irão para investimentos das estatais. Já R$58,3 bilhões para investimentos em
infraestrutura. Para a Saúde estão previstos R$115,3 bilhões. O absurdo é o fato
de que o fundo partidário subiu de R$309,2 milhões para 819,1 milhões (163%). Não é sem motivo que existem 35 partidos
políticos e 50 pedindo inscrição.
A proposta projeta déficit primário de R$139 bilhões, de
acordo com a meta anunciada pelo governo em agosto, data de envio do
anteprojeto ao Congresso. Provavelmente, será o quarto ano consecutivo de
déficit primário. Um desequilíbrio da contabilidade do governo, nunca visto. Assim,
para 2017 se promete ano difícil.
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