06/12/2016 - SECA NORDESTINA




Os registros históricos da seca nordestina se iniciaram em 1583. A seca é o fenômeno de estiagem prolongada. Isto é, a falta de chuvas por vários dias, meses, anos. As mais críticas, de vários anos seguidos, aconteceram pelo menos 84 vezes. Na história sempre se fala que uma é maior do que a outra, em sequência, assim como a atual é considerada a seca das secas. O principal motivo das secas é o desmatamento da mata atlântica. Ambientalistas calculam que, da mata atlântica original de 1500, hoje se tem menos de 10%. No início do século XX fez grande sucesso o livro “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, até hoje grande referência do que é a seca. O autor é também homenageado com uma cidade com seu nome no Estado da Bahia, no semiárido.

As estatísticas mais fidedignas datam do século XX. No entanto, Dom Pedro II, perante a miséria que viu no século XIX, comprometeu-se a que “venderia até a última joia da coroa”, para resolver a seca do Nordeste. Em 1970, o general, presidente da República, Emílio Médici, chorou, ao visitar o Nordeste (uma referência se tem na capa da revista Veja da época), afirmando que “a economia vai bem, mas o povo vai mal”.

De 1941 a 1944, milhares de pessoas morreram de fome ou por doenças. Retirantes invadiram as grandes cidades e migraram para o Sudeste. De 1953 a 1956, problemas semelhantes se sucederam e há registro de 10 milhões de nordestinos que imigraram. De 1979 a 1983, mais de 30 milhões de pessoas foram afetadas e 80% dos rebanhos foram dizimados. De 1990 a 1993, pela primeira vez não foram registradas mortes por causa do fenômeno. De 2010 a 2016, o abastecimento de água em centenas de municípios entrou em colapso. A capital do Ceará, Fortaleza, poderá ficar sem água em março de 2017. Esta última, considerada a seca das secas, castiga uma área de 23 milhões de sofredores crônicos, mais de 11% dos brasileiros. No Nordeste vivem 58 milhões de habitantes, 28% da população nacional.

A forte recessão continua, com o PIB brasileiro do terceiro trimestre, recuando 0,8%. Muito pior tem sido a economia do Estado da Bahia, cujo PIB caiu 5,2% no mesmo período, isto é, na comparação do terceiro trimestre de 2016 com igual período de 2015. A maior influência negativa no citado trimestre baiano foi da agropecuária, que registrou queda de 20,7%, conforme a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia.

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