05/12/2016 - INDÚSTRIA TRAVA RECUPERAÇÃO




Quando os economistas consultados semanalmente pelo Banco Central esperavam que a indústria caísse 0,8%, em outubro, eis que ela caiu 1,1%, o pior resultado para o mês, em três anos, iniciando o quarto trimestre com sinais de fraqueza, que tem pontuado todo o último triênio, principalmente com queda de investimentos. Ao observar-se o mesmo período de 2015, a produção industrial recuou 7,3%, chegando ao 32º mês seguido no negativo. Referidos economistas estimam que a contração da indústria vá persistir neste último trimestre e só irá melhorar no início de 2017.

Conforme os dados do PIB do trimestre de julho a setembro, divulgados recentemente pelo IBGE, a indústria recuou 1,3%. Só não foi pior do que a agropecuária que caiu 1,4%. Assim, a indústria tem recuado mais de dez trimestres consecutivos. As perspectivas para o setor permanecem fracas, dado que os pedidos não acontecem de forma crescente, devido à forte recessão. Conforme os citados analistas consultados pelo Banco Central, para o Boletim Focus, o crescimento da economia voltará no segundo trimestre de 2017, perante fraco desempenho industrial.

As debilidades do setor industrial são grandes, no que concernem à falta de competitividade internacional e produtividade que não cresce e tem se situado longamente na faixa negativa. Os produtos que aqui chegam têm melhor qualidade e menor custo do que muitos similares nacionais. As soluções teriam que ser dadas no início desta década (governo Dilma). Passariam pelos estímulos na educação de qualidade e na importação de imigrantes endinheirados ou não e de alta qualificação. Alguns subsídios poderiam ser entendidos até se fossem dados nesse sentido e, provavelmente, depois de quatro anos, a indústria estaria revigorada. Mas o que fez a ex-presidente, conforme versão, por exemplo, do livro “Anatomia de um desastre”, de Cláudia Safatle, João Borges e Ribamar Oliveira, recentemente lançado e em 5º lugar como dos mais vendidos. Segundo eles, em 2012, resolveu Dilma reduzir impostos para o referido setor. Porém, o raio de isenções extrapolou a razoabilidade, alcançando 80 mil empresas, sendo até incluído hotéis na lista de desonerações. Dilma abriu mão de R$328 bilhões em impostos. Depois, em aditamento, alocou mais dinheiro do Tesouro, por volta de R$500 bilhões, engrossando a dívida pública, no BNDES, para ele financiar grandes empresas com subsídios. Os instrumentos protecionistas não funcionaram porque deixaram mais ineficientes vários segmentos industriais. Quando os subsídios em tela foram retirados, a indústria passou a recuar 32 meses seguidos. O que é pior, as medidas de desonerações e subsídios creditícios concedidos pelo BNDES muito contribuíram para que o Brasil tivesse déficit primário em 2014, depois de 18 anos. A situação de insolvência do governo levou à recessão de quase três anos. A forte recessão reduziu os pedidos para a indústria e esta tem se afundado no mesmo período em referência.

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