11/12/2016 - REVERSÃO DA REVERSÃO DE EXPECTATIVAS




A demora do governo em realizar as reformas estruturais (1) e as denúncias de envolvimento de “notáveis” (2) do governo de Michel Temer na operação Lava Jato, reverteu às expectativas de que seu governo retiraria o Brasil do atoleiro de forte recessão. Primeiro, a pesquisa do Instituto Datafolha dos dias 7 e 8 de dezembro, antes de vir à tona o tiroteio contra o centro do governo de Michel Temer, acerca das denúncias de envolvimento do próprio Temer e de seus ministros mais fortes na operação Lava Jato, entrevistando 2.828 pessoas, em 171 municípios, com 16 anos ou mais, quando 51% dos entrevistados reprovaram a atual gestão (ruim ou péssimo); 34% consideram regular; 10% ótimo ou bom; 5% não sabem. Segundo, o tsunami das delações premiadas da Odebrecht chegou e ainda não se sabe dos seus maiores estragos. Porém, foi melhor para a economia que viesse logo.

A síntese da pesquisa se revela no pessimismo decorrente da economia que se aprofunda ainda em recessão e desemprego. O pessimismo retornou aos níveis pré-impeachment de Dilma. Em julho, os 51% citados eram 31%. A percepção dos entrevistados é de que se piorou muito. Assim, 66% acreditam que a inflação irá se elevar e 53% de que o poder de compra irá diminuir. O Índice Datafolha de Confiança caiu de 98 pontos para 87 pontos nessa pesquisa, sendo o mesmo patamar de fevereiro, quando era grande a insatisfação com Dilma. A situação se reverteu. Para 40% a gestão Temer é pior do que a de Dilma; para 34% é igual e 21% a consideram melhor. O indicador de ótimo ou bom de Temer caiu de 14% em julho para 10%. Para 65% dos entrevistados o presidente é falso; 63%, muito inteligente; 75%, defensor dos mais ricos; 58%, desonesto; 50%, autoritário. De zero a dez, a nota média dada ao desempenho de Temer é de 3,6.

O levantamento apurou que a Saúde voltou a ser o principal problema visto pelos brasileiros, em contraste coma corrupção, que vinha sendo o primeiro lugar há várias pesquisas, desde junho de 2015. Seguem-lhes o desemprego e a educação.

Analistas de mercado acreditam que a atual reversão da reversão das expectativas acontecerá depois do dia 13 de dezembro, quando será aprovada a PEC 55 no Senado, de teto dos gastos públicos. Depois, como a inflação de novembro veio muito baixa, abriu-se um espaço maior de queda na taxa básica de juros da economia, já acenada pelo Banco Central como de provável 0,5% na reunião de janeiro, venha a ocorrer. No geral, a economia patina da recessão para a estagnação, sendo esperada recuperação somente no segundo semestre de 2017.

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