31/01/2016 - DÍVIDA PÚBLICA DISPARA PARA 66,2% DO PIB




O Banco Central divulgou resultado oficial de 2015, de que a dívida pública passou para R$3,928 trilhões, perante R$3,252 trilhões do final de 2014. A elevação alcançou 8,5%, levando ao encargo dela a 66,2% do PIB, número inédito, preocupante e desestabilizador. Foram incorporados R$501,8 bilhões ao principal do débito, visto que o Brasil não teve como pagar juros vencidos, já que somente o déficit primário foi de R$111,2 bilhões, os quais juntos foram anexados ao principal da dívida pública. O resultado expressivamente negativo se deveu à queda acentuada na arrecadação, à alta nos gastos federais e no pagamento das pedaladas fiscais de exercícios anteriores, inclusive o de 2015, no valor de R$55,8 bilhões. Este era o débito com os bancos federais e com o FGTS, cuja recomendação do Tribunal de Contas da União, para não aprovar as contas presidenciais, é de que seriam as pedaladas o uso disfarçado de empréstimos de referidos órgãos, sem pagamento de juros, o que é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Ora, o governo federal pagou as pedaladas, na esperança de ver a contabilidade nacional de 2014 ser aprovada pelo Congresso. Os referidos encargos foram ainda impulsionados pela elevação do dólar de cerca de 50% em 2015.

Em entrevista à FSP, de ontem, o economista Alberto Ramos, do Banco Goldman Sachs, brincou com o fato de que o Brasil está tirando muita nota 10, o mesmo número que a camisa de Pelé, mas com sinais trocados. A inflação está maior do que 10%; o desemprego aproxima-se de 10%; a popularidade da presidente Dilma é inferior a 10% e o déficit nominal (que seria o total do que o governo federal teria de pagar de juros) está por volta de 10% do PIB.

O fato é que a situação brasileira está sendo tida como trágica, mas, em comparação com os outros emergentes, as leis estão sendo mais aplicadas por aqui. Há uma imensa vontade de grande parte da população de que o ciclo se reverta. Quando mais cedo melhor, haverá melhorias na economia, na esperança de que medidas estruturais poderão ser adotadas a partir de fevereiro na economia. Assim, quando a turbulência passar, o Brasil estará em uma posição muito melhor.

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