19/01/2016 - PRIMEIRO PARTIDO EM BALANÇO NA LAVA-JATO
O Procurador Geral da República
(PGR), Rodrigo Janot, fez o primeiro balanço sobre um partido político
envolvido na operação Lava-Jato, acerca de corrupção na Petrobras. Trata-se do
Partido Progressista (PP), citado na denúncia contra o deputado Nelson Meurer
(PP-PR), oferecida ao Supremo Tribunal Federal. O esquema de propina foi
relatado em 34 contratos, 123 aditivos contratuais e quatro transações
extrajudiciais, de 2006 a 2014. O valor calculado pelo PGR é de R$358 milhões.
O PP está atrás, em tamanho ao PMDB e PT. Imaginem-se como seriam os números
destes maiores? O PGR refere-se a que as três legendas agiam como controladoras
das áreas estratégicas da Petrobras, por meio de controle de diretorias e
beneficiárias diretas das propinas. Não apenas os diretores da Petrobras
receberam dinheiro ilícito, mas também os parlamentares responsáveis pelas
indicações dos diretores e os partidos políticos. Até então só pessoas físicas
foram denunciadas na citada operação.
Tem causado furor uma “carta
aberta em repúdio ao regime de supressão episódica de direitos e garantias
verificadas na operação Lava-Jato”, subscrita por cem advogados, muitos dos
quais são defensores dos denunciados na citada operação, em matéria paga nos
jornais das semana passada. Depois de juízes, em todo País, agora foi a vez da
Associação Nacional dos Procuradores da República rechaçar a referida carta,
alegando que não se intimidarão, continuando investigando o maior caso de corrupção
no Brasil, até agora identificado.
Ademais, a PGR enviou a 3.298
municípios recomendações para que cumpram a Lei de Transparência. Dos 5.565
municípios 1073 ainda não disponibilizaram informações sobre transparência na
internet. Outros 2.589 não apresentam informações sobre a receita nos últimos 6
meses, incluindo natureza, valor de previsão e valor arrecadado. Apenas 847
divulgaram informações sobre a remuneração individualizada de agentes públicos.
O MPF já instaurou 1071 inquéritos civis públicos. Inicialmente, os gestores
terão prazo de 120 dias para corrigir irregularidades. Após esse prazo, será
feita nova análise nacional. Não sendo atendidas as exigências legais, ações
civis públicas poderão ser ajuizadas contra gestores. Os Estados com as piores
avaliações são o Piauí, que somou 220 recomendações, bem como Alagoas, com 87
prefeituras notificadas. Não sem motivo, o Piauí tem a pior distribuição de
renda brasileira, assim como Alagoas é o Estado mais violento. Duas
características de visíveis atrasos. O trabalho da PGR foi realizado após
questionário desenvolvido pela estratégia nacional de combate à corrupção e
lavagem de dinheiro. O lema estampado no prédio da PGR é “não à corrupção”.
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