07-01-2016 - CRIATIVIDADE MONETÁRIA PARTA PEDALADAS




O motivo do pedido de impeachment da presidente Dilma foram as pedaladas fiscais no orçamento de 2014, reprovadas pelo TCU, mas que ainda vão ser examinadas pelo Congresso, bem como os decretos de 2015, autorizando mais pedaladas. O termo em referência deixou até de ser com aspas, visto que é logo reconhecido que a equipe econômica autorizava o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa, a pagar por seus gastos, o que passou a ser caracterizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), como empréstimos, contrariando a lei de responsabilidade fiscal, no valor acumulado de R$52 bilhões, somente de 2014. Visando fugir do processo, referida equipe resolveu “pagá-las”, através de emissões monetárias. Ocorre que tamanho volume de recursos é inflacionário, visto que não corresponde à produção efetiva. Então, o Tesouro Nacional resolveu emitir R$40 bilhões em títulos da dívida da União para enxugar a maior parte do dinheiro excedente. Está aí criatividade ou engenhosidade dos economistas da citada área governamental. É algo novo. Não é usual. Não é ilegal. Os títulos comprados pelo Banco Central não tem contrapartida, isto é, não têm juros. É uma simples troca de dinheiro por títulos. O que não se entendeu é porque os títulos foram de curto prazo. Para legalizar a operação foi editada uma Medida Provisória.

Olhando para frente, receia o mercado financeiro que a engenhosidade continue sendo feita daqui em diante, não somente em despesas públicas, mas em outras áreas. Receiam muito mais economistas de prol que isto seja impeditivo pelas agências de risco de reconferir o grau de investimento ao País.

Criatividade não está havendo em fazer a prometida “nova” política econômica. O governo não governa, dado que a presidente Dilma continua afirmando que “tudo está nas melhores maravilhas”, conforme artigo seu na FSP, no dia primeiro deste ano, intitulado “Um feliz 2016 para o povo brasileiro”. Em seguida, seu segundo tenente, Ministro da Casa Civil, Jacques Wagner, no dia 4, no mesmo jornal, afirmou que o PT se lambuzou na gestão da economia brasileira, desde 2003, quando deveria ter Lula patrocinado a reforma política. O ex-ministro da Justiça, Tarso Genro, do PT gaúcho, no dia 5 deste, também na FSP, afirmou que Wagner fez declaração infeliz e os dirigentes do PT de que o ataque foi desnecessário. No dia 6, na TV Globo News, há a explosão do Ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, dizendo que não descarta que 2016 pode piorar, em relação a 2015, conforme se iniciaram sinais da crise industrial da China. É difícil encontrar quem faça um bom cenário, se até o próprio governo admite forte recessão no biênio 2015-2016 e a que a situação pode ainda piorar. Isto é incompetência ou as pessoas erradas nos lugares certos? Será que este governo vai esperar o impeachment de Dilma acontecer, ou acertar, fazendo as reformas estruturais?

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