20/01/2016 - PREVISÕES PIORES A CADA DIA




A cada dia as previsões têm sido piores para a economia brasileira. Quando vão parar? Geralmente, conservador, as estimativas do FMI tem sido melhores (ou menos piores) do que as do mercado financeiro brasileiro, quando há baixa da atividade econômica. Porém, ontem, ao divulgar o seu relatório trimestral “Panorama Econômico Global”, o FMI afirmou que a recessão no Brasil afeta o avanço da economia mundial, bem como a queda do PIB da China, para crescimento de 6,9%, em 2015, o menor deles, em 25 anos. A novidade é de que o FMI, que projetou no relatório anterior (setembro a dezembro) recuo do PIB de 2016, em – 1% o alterou para – 3,5%, bem maior do que o do relatório Focus, que é pesquisa semanal do Banco Central (BC), mediante ouvir 100 analistas credenciados, bem mais em linha com a atualidade nacional, que prevê recuo próximo de – 3%, neste ano. Isto, às vésperas do anúncio da nova SELIC, cuja previsão o mercado, que acreditava ser de – 0,5%, mas que também recuou para – 0,25%, após assistir o FMI, numa demonstração de “hedge”, para que a situação não piore tanto (somente no final do dia se saberá o resultado da primeira reunião do ano do BC). O FMI projetou taxa zero do PIB para 2017, vendo só recuperação em 2018, sem informar de quanto, quando o mercado financeiro nacional prevê elevação de 1% do PIB.

No dia de ontem, analista cotidiano da FSP, Vinícius Torres Freire, fez artigo intitulado “Quatro anos de recessão”, de onde se extraiu o seguinte: “Dada a mediana das previsões de que uma centena de economistas do setor privado para o PIB de 2014 a 2016, o PIB per capita deve encolher 8,8%, mais do que o desastre de Collor (1990-1992). Ficará apenas atrás do desastre final da ditadura militar (1981-1983), quando a baixa foi de 12,1%”. Os cem analistas citados são os mesmos ouvidos semanalmente pelo BC. Referido último período triste, teve como chefe da equipe econômica Antônio Delfim Netto, que, em artigo de hoje na FSP, intitulado “10 milhões”, interpretou os dados da PNAD Contínua, recentemente divulgados. Calculou uma População Economicamente Ativa (PEA) de 92,31 milhões, procurando emprego 9,07 milhões, sendo a força de trabalho de 101,38 milhões. A taxa de desemprego (9,07/101,38x100) seria de 9%. Para o período de 2012-2014 era o desemprego de 6,6%, aumentando agora em 34%, um incremento de 2,5 milhões de desempregados em um ano, segundo ele. Também, dessa forma, afirmou que a recessão em curso já tem quatro anos. Assim, tem-se hoje cerca de 10 milhões em desemprego aberto e cerca de 40 milhões em subemprego ou emprego disfarçado, visto que o mercado informal é de cerca de 40% da PEA. Na teoria do quanto pior, pior mesmo, muitas previsões são de que o desemprego continuará crescente, mesmo que a economia comece a lenta recuperação, visto que o desemprego vem atrás do crescimento e vice-versa. 

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