04/01/2016 - BOLSA DE VALORES PRECIFICA
No conjunto, há milhões de mercados
diferentes, tais como os de fatores de produção, financeiros, monetários, de
bolsas de valores, de mercadorias e de futuros. Nas bolsas de valores se
negociam principalmente ações. Claro, que muitos outros valores, tais como
títulos públicos, derivativos, dentre outros. Contudo, as ações que são títulos
de propriedade são as que dão ou não estabilidade aos negócios. Há muitas regras
e crendices. Uma que se tem comprovado é de que “a bolsa sobe no boato e cai no
fato”. Vale dizer o óbvio capitalista, que as bolsas antecipam os
acontecimentos. Quando as notícias do futuro são boas as bolsas sobem; quando
são ruins, elas caem. Portanto, as bolsas precificam ativos.
A bolsa de valores brasileira
(BOVESPA) terá hoje o seu primeiro dia útil (o artigo está sendo feito de manhã
cedo). Ninguém sabe como ela irá reagir. Sabe-se que, de 2012 para 2015, a
queda acumulada se aproxima de 30%. Sabe-se que nos últimos cinco anos uma
conjunção de más notícias tem derrubado as maiores empresas, principalmente as
ações da PETROBRAS, de longe as mais negociadas, cujo valor de mercado em dois
anos caiu para 10% do seu valor global, em decorrência das apurações de
corrupção nas investigações da operação Lava-Jato. A outra blue chip, a VALE,
2ª colocada, também foi objeto de fortes quedas de seus preços internacionais,
além do desastre da inundação, a partir de Mariana, Minas Gerais. Ao levantarem-se
as cotações da BOVESPA, em 2015, ocorreu o pior desempenho entre as maiores
bolsas de valores do mundo, em uma lista de 12 índices de bolsas
internacionais. Ademais, a perda do grau de investimentos, retirado pelas duas
maiores agências de risco do mundo, a Standard & Poor’s e a Fitch, fez a
BOVESPA recuar sete anos na pontuação de mercado, aos 43.395 pontos. Em três
anos de queda, a maior delas foi no ano passado, recuando mais de 13%.
A estabilidade da economia
brasileira, a partir do Plano Real, editado em 1994, tornou-se instabilidade em
1999, devido ao câmbio fixo e ataque especulativo externo ao real. Mas, logo,
corrigida com o estabelecimento de um tripé da economia, composto de sistema de
metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário para pagar a dívida
pública. O País decolou, voltando a crescer a uma taxa média anual de 4%,
atingindo a maior delas em 2010, de 7,6%. No entanto, nesta segunda década
deste século, o País começou a retroagir, chegando ao seu pior ano em 2015. Em
2016, espera-se que a recessão continue, mas os mercados esperam recuperação, a
partir do segundo semestre deste exercício. O momento é grave e exige melhor
definição da política econômica, para reverter o atual quadro.
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