22/01/2016 - FREIO DE ARRUMAÇÃO



Repercute nos meios intelectuais o trabalho do professor Reinaldo Gonçalves, titular do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Examinando 15 países latino-americanos, ele observou que o impedimento do presidente da República provoca um freio de arrumação nas economias analisadas. Por isso mesmo, ele defende que o Congresso aprove o impeachment da presidente Dilma, em 2016. Segundo Gonçalves, em seguida serão alterados uma série de valores éticos, morais, políticos e econômicos, fazendo a recessão ceder em 2017. Provavelmente, o País voltará a crescer em 2018, à taxa média secular de 4,5% ao ano. Vai mais além, mostra que o impedimento da presidente traz um “bônus macroeconômico”, qual seja o de reequilíbrio da economia. O tema foi também comentado por Merval Pereira no jornal O Globo do dia 17, passado. Gonçalves usou a metodologia da análise de custo-benefício, onde concluiu que os benefícios do impedimento presidencial, nos países escolhidos da América Latina, desde 1985, são maiores do que os custos.

O que é interessante no exame é que a atual gestão presidencial têm cometido tantos desatinos, semelhantes às leis de Murphy, cuja base central está em “se você pensa que não vai piorar, vai mesmo”. Até o deputado federal Tiririca parodia com “se pensa que não pior pode, pior fica”. Na verdade, a casa está tão desarrumada, que já se está repetindo a recessão por dois anos consecutivos, fato que somente tinha ocorrido em 1930-1931, no auge da Grande Depressão. O que pode ficar ainda pior é se a recessão se repetir pelo terceiro ano seguido (2015-2016-2017), o que seria um fato inédito no Brasil.

Examinando o único caso de impeachment no País, o de Fernando Collor, que, através do seu Plano Brasil Novo (1990), sequestrou a poupança dos brasileiros e levou à hiperinflação, deixando os brasileiros, que o apoiavam, atônitos, e perplexos, os que eram contra, como ele mesmo disse. Na sua posse, ele surpreenderia com dois decretos-leis, assinados pelo presidente José Sarney, vigorando antes mesmo de ele assumir a presidência, fazendo aquilo que ele dizia que quem faria seria Lula. Naquele ano (1990), o PIB teve o seu maior recuo de várias décadas de – 4,35%. Porém, em 1991, cresceu 1,03%; voltou a cair em 1992, em – 0,54%. Com Itamar Franco, que assumiu depois da sua renúncia, o PIB subiu 4,92% em 1993 e 5,85% em 1994, sendo neste último ano lançado o Plano Real, que estabilizou a economia brasileira. No primeiro ano de FHC (1995) o PIB aumentou 4,40%. Depois passou a crescer menos, em razão de ataques especulativos externos, que sensibilizaram muito a economia nacional, a partir do México, Tigres Asiáticos e da Rússia. Mesmo assim, os governos FHC não tiveram nenhum ano recessivo, embora sua taxa média de incremento econômico se situou por volta de 2,3%. Somente, na era Lula, em 2009, houve pequena recessão, de – 0,2%, compensados em incremento de 7,6% do PIB, em 2010. Isto é, praticamente 17 anos seguidos de crescimento econômico. Os governos de Lula tiveram taxa média de incremento anual da economia de 4%. Já, com Dilma, o País mergulhou em baixíssimo crescimento, por volta de 1%, de 2011 a 2015, ingressando o Brasil na forte recessão, em que se encontra, necessitando de ser gerada nova estabilidade para a volta do progresso.

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