09/01/2016 - RENDA BAIXA MAIS CASTIGADA




A Fundação Getúlio Vargas (FGV) tradicionalmente calcula uma plêiade de índices de inflação. Três deles definem o Índice Geral de Geral de Preços (IGP), que é como a FGV vê a inflação. Isto é, ela faz uma média ponderada dos indicadores. O primeiro é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC). O segundo é o Índice de Preços ao Atacado (IPA). O terceiro é o Índice de Preços da Construção Civil (ICC). Considerando que a prévia da inflação oficial, dada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que está calculada em 10,7%, conforme o IBGE, a FGV verificou que as famílias de baixa renda, aquelas com renda mensal de até 2,5 salários mínimos, por volta de R$2,1 mil, foram as mais castigadas pela inflação, em 2015, visto que o indicador que mede referido perfil, para ela é o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), que avançou 11,52%, em 2015, a maior alta da série, iniciada em 2004. Assim, em caráter estatístico definitivo, a inflação dos mais pobres subiu mais do que o IPC (geral) da FGV, o qual mede a média dos preços ao consumidor, que avançou 10,53%. Projeções da FGV são de que, em 2016, de novo os pobres devem ser penalizados pela elevação do custo de vida, dos quais se destacam aqueles que são mais taxados e os tributos são repassados para os preços. A diferença entre o IPC-C1 e o IPC (geral) é que os mais pobres gastam uma fatia maior do salário com transportes e alimentação do que os mais ricos, que gastam mais em lazer. No ano passado, só a energia elétrica alcançou 46,76%; os ônibus subiram 14,6%; o botijão de gás subiu 21,6%. Lazer e serviços pagam de um modo em geral 5% de tributos. A FGV calcula também o indicador para os idosos, ainda não divulgado.

O castigo não para por aí. Quem é pobre ou quem tem renda menor do que R$2,1 mil, ou até no limite do remediado, não sendo ainda classe média, em geral pode ter menor nível educacional, portanto, menor sistema de oportunidades e, quando tem uma pequena caderneta de poupança, ela teve o pior resultado em 20 anos. Quando recorre ao crédito bancário privado, paga juros estratosféricos por volta de 400% ao ano.

Em contrapartida tem os programas sociais, os quais são assistencialistas, quando deveriam procurar dar autonomia aos beneficiários, tal como tem sido o Programa Bolsa Família. Isto é, são 14 milhões de famílias. Há vários anos. Em geral, são benefícios de pequeno porte.

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