30/01/2016 - PRODUTIVIDADE ESTAGNADA HÁ 30 ANOS




Nos últimos 30 anos, a escolaridade dos trabalhadores brasileiros dobrou. Isto é, de 4 para 8 anos de estudo. Porém, a produtividade ficou estagnada, em US$18 mil por trabalhador. Assim, o investimento em escolaridade no Brasil tem retorno muito baixo. A principal razão é a má distribuição dos profissionais em suas profissões escolhidas. Por exemplo, segundo a Fundação Getúlio Vargas, entre 2010 e 2014, 3 milhões de formados pelas universidades enfrentou enorme competição por vagas, por que somente foram abertas no mesmo período 2,7 milhões de vagas para quem tem ensino superior. Sobraram 10%. Em contrapartida, quem tem ensino médio se defrontou com cenário oposto. Cerca de 2 milhões se formaram, mas foram abertas 6 milhões de vagas. Somente um terço obteve qualificação no período. Portanto, existe inadequação dos trabalhadores em relação à alocação deles. Logo, acontece a baixa produtividade do trabalho. Esta é essencial para o País crescer, na esperança de situar-se entre os países mais desenvolvidos. Sem dúvida, inúmeros fatores influenciam o baixo rendimento do trabalhador nacional, dentre os mais importantes estão o difícil ambiente geral de negócios e os investimentos na melhoria de processos produtivos.

Por que aconteceu isto? Porque o modelo econômico brasileiro puxado pelo consumo, na última década, causou a evidente distorção. Por volta de 48 milhões de brasileiros ascenderam à classe média no período referido. Esta requereu principalmente empregos no comércio, gerador de uma média de renda de R$33 mil. Em seguida, no comércio, gerador de uma média de R$48 mil. Na indústria, a geração anual é de R$63 mil e esta caminhou para trás, pelas demandas requeridas. Há dez anos a indústria representava 14% do PIB e hoje representa 10%. Na vanguarda está o agronegócio, onde o trabalhador qualificado, aliado ao investimento intensivo em tecnologia, vê sua produtividade crescendo a quatro décadas, competindo com países do primeiro mundo.

Voltando à indústria, estudo do Sindicato da Construção Civil de São Paulo (SINDUSCON) revelou que o seu segmento gerou 12% dos postos de trabalho, entre 2008 a 2013. Porém, a riqueza gerada por trabalhador se elevou em 9%. Assim, o País está em penúltimo lugar, só perdendo para a China, em classificação de 18 países, pelo SINDUSCON.  O que tem diferenciado os 16 outros países é que no Brasil o trabalhador aprende na própria obra, em prejuízo da teoria, essencial para melhor qualificá-lo no seu trabalho. 

Direto de Cartagena

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