06/01/2016 - SEGMENTOS PRODUTIVOS DE MAIOR DINAMISMO
O progresso que o Brasil obteve
durante o Plano de Metas (1956-1960) do governo JK esteve alicerçado em dois
grandes segmentos da produção mundial: a indústria da construção civil, cujo
maior vetor foi a construção da cidade de Brasília, beneficiando a região
Centro Oeste, sendo está a que mais cresceu no Brasil desde aquela data, em
recorde de tempo, cerca de quatro anos, assim como a indústria automobilística,
na região Sudeste. Ambas as indústrias detêm o maior dinamismo produtivo, por
gerar muito mais empregos indiretos do que diretos. Os diretos são aqueles
decorrentes da sua atividade. Os indiretos são de dois tipos: à montante, nos
mercados de fatores de produção, isto é, decorrentes dos empregos de mão de
obra, do capital, da agropecuária, da capacidade empresarial e da tecnologia; à
jusante, dos empregos nos comércios e em serviços. O cálculo dos dois segmentos
produtivos referidos é de que cada emprego direto responde por volta de dez
empregos indiretos, em suas respectivas áreas. Visto o exposto, quando há
recessão econômica são os segmentos citados os que mais encolhem. A questão da
concentração de renda regional não será tratada aqui.
Os dados mais acessíveis por ora sobre
os citados segmentos são os da indústria automobilística, publicados pela
Agência O Globo, sucursal de São Paulo. O grande desempenho da década passada,
incluindo, por aproximação, o ano de 2010, colocou o PIB brasileiro em sexto
lugar mundial e a indústria automobilística em quarto mercado consumidor
global. O fraco desempenho dos últimos cinco anos fez o PIB do País cair para
oitavo lugar e a indústria em referência para sétimo. Quer dizer, o Brasil como
um todo perdeu duas posições na classificação em tela e a automobilística três
posições. Citado pela referida Agência: “Raphael Galante, consultor da
Oikonomia, atribui o desempenho negativo da indústria à baixa confiança do
consumidor no futuro e ao crédito mais escasso e caro. Segundo ele, o setor só
voltará a ter aumento nas vendas em 2019”. Nas palavras de Galante: “O primeiro
passo para a reversão desta curva é a retomada da confiança do consumidor. E
isso só ocorrerá quando a conjuntura econômica se mostrar equilibrada
novamente”. Continua a citada Agência: “No levantamento da Oikonomia, com série
histórica iniciada há 20 anos, a retração das vendas de veículos em 2015 chega
a 25,6%. Pelos cálculos da consultoria, as montadoras comercializaram 2,296
milhões de veículos no ano passado contra 2,474 milhões em 2014. Para este ano,
sua expectativa é de nova queda, entre 6% e 8%”. O artigo em referência, mostra
em pesquisa própria, para 29 anos, dados semelhantes ao da consultoria citada:
“As vendas de veículos (automóveis, utilitários leves, caminhões e ônibus) no
País apresentaram queda de 23,9% no ano passado, a maior retração do mercado
automobilístico brasileiro desde 1987. Se computados os modelos importados
comercializados, o recuo foi ainda maior: 26,6%”.
A pensar que a Associação
Nacional de Fabricantes de Veículos Automotivos (ANFAVEA) projetava continuar
naquele dinamismo todo de 2010, que projetava vender 3 milhões de veículos, a
retração desta década poderá ser muito grande nela, em torno de 30% do total.
Um baque enorme. Um custo social que levará muitos anos para ser recuperado.
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