15/01/2016 - DEMOLIÇÃO NA PETROBRAS




Duas enormes problemáticas estão ajudando a demolir a Petrobras. A primeira se trata das investigações de desvios de recursos em contratos de suas obras, que, em quase dois anos de apurações, ainda não chegou ao fim. Mediante a operação investigativa Lava-Jato, as 29 maiores empreiteiras do País estão envolvidas em cartel. Descobertas, praticamente estão paralisadas, em recuperação judicial ou também se desmoronando, vendendo ativos, desempregando e contribuindo para a redução do PIB brasileiro entre 1% a 2%. Foram presos 116 grandes empresários e lobistas, estando 22 encarcerados. Correndo em segredo de justiça existem as investigações sobre muitas dezenas de políticos envolvidos, já que eles têm foro privilegiado, no Supremo Tribunal Federal. A segunda se trata da queda dos preços do barril do petróleo de mais de 70%. Há dois anos, o preço do barril estava por volta de US$108.00 e anteontem chegou a cerca de US$30.00. Fundos de investimentos projetam recuo até US$20.00. O diretor de pesquisas de commodities do Banco Standard Chartered, Paul Horsnell, informa que “O petróleo pode cair até a US$10.00 o barril, mas existe uma reserva muito baixa de capacidade excedente”. Isto quer dizer que Líbia, Arábia Saudita e Estados Unidos poderão interromper suprimentos para que o referido preço não chegue a tamanho desastre. Os fatos mais comentados são os de que, neste instante, mais de US$200 bilhões de investimentos dessa indústria estão sendo postergados. A petroleira britânica BP anunciou agora demissões de 4.000 empregados. A Rússia anunciou corte de 10% em gastos.

Face ao exposto, a Petrobras anunciou no dia 12, passado, a redução de um quarto do seu crescimento, no orçamento do seu plano de negócios, para o período de 2015-2019. Foram contraídos US$32 bilhões. Suas inversões para os próximos quatro anos poderão ser de US$98,4 bilhões. A meta de produzir 2,8 milhões de barris de petróleo por dia em 2020 caiu para 2,7 milhões de barris. O novo orçamento destina 81% dos recursos para a área do pré-sal. O preço do barril que serviu para as estimativas foi o de US$45.00. Sabe-se que o custo da exploração na referida área está por volta de US$40.00, embora a Petrobras afirme que poderá atingir US$8.00, em economias de escala. No atual nível de preços, bem como na exploração que ainda não atingiu a escala requerida, têm-se hoje projeções de grandes prejuízos. O plano de negócios em tela prevê venda de ativos de US$15,1 bilhões, sendo o maior deles, o seu patrimônio na BRASKEN, de 36% do capital, equivalentes a US$5,8 bilhões.

Em suma, o preço da sua ação, negociada em bolsa de São Paulo, chegou no dia 12 a R$5,00. Antes das investigações da operação Lava-Jato estavam na faixa de R$20,00. Isto é, de 25% do seu valor, que se reporta a 2003. Por outro lado, enquanto os preços dos derivados caem em todo o mundo, os do Brasil estão 14% acima da média internacional.

 

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