12/01/2016 - PREVISÕES DE RECUPERAÇÃO SÓ EM 2017
Há um consenso entre os
economistas que realizam cenários para o Banco Central (BC), semanalmente, de
que a economia continuará fria no segundo mandato da presidente Dilma, se não
forem feitas as reformas estruturais. Estas dependem do Congresso, que continua
em impasse com o Executivo, não facilitando as ansiadas reformas. Assim, como
em 2015, este ano será recessivo. Em algum momento, até o final do ano, a
economia poderá deixar de regredir, mas cresci mento mesmo só a partir de 2017,
ainda que pequeno. Não se antevê saída em curto prazo, mesmo com a eventual
solução do atual impasse político, que não será logo. A média para o PIB, estimada
pelo BC, relativa a 2015 é de – 3,71% e de – 2,95% para 2016. Para 2017 é
esperado crescimento de 1%. Para 2018, o crescimento projetado é de 1,75%. No
meio das previsões nada otimistas, há até um banco internacional, o Credit
Suisse, prevendo três anos recessivos, 2015-2016, taxas semelhantes aos outros
cem analistas ouvidos pelo BC, sendo de - 0,5% em 2017. Três anos nunca ocorreu
no Brasil em um século.
Os maiores problemas apontados na
gestão econômica são o déficit cavalar de previdência social; gastos enormes em
operações de swap, pelo BC, para não deixar o dólar subir mais; incapacidade de
cumprir os cortes prometidos na máquina pública; a falta de confiança dos
empresários e dos consumidores. Portanto, falta dinheiro para investimentos.
Investimentos estes que deveriam ser focados na infraestrutura. Insistir no
modelo concentrado no consumo está esgotado. Enfim, os problemas se agigantam
com o aumento do desemprego. A propósito, levantamento da agência de risco
Fitch deu conta de que dobrou o percentual de imóveis devolvidos ou tomados, no
ano passado, de 20% para 41%. A desistência se deu principalmente pelo
desemprego e a tomada aconteceu pelas execuções bancárias. Nas duas situações,
a crise é a razão principal.
Sabe-se que a
presidente pediu uma agenda ao do Ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Ele
adiantou que a começará em fevereiro, reestabelecendo o crédito dos bancos
federais, para consumo e para a construção civil; tomar medidas para melhorar o
ambiente geral de negócios, no sentido de desburocratização; manter os preços
livres; fazer novas parcerias público-privadas; recuperar o investimento
privado e lançar o projeto de idade mínima para aposentadoria. Será que
referidas medidas farão a economia retomar o crescimento? O ajuste fiscal não
terminou. Contraditoriamente, Barbosa disse que continuará com ele. Integrantes
da equipe econômica tem sugerido o uso de parte das reservas internacionais
para reduzir a dívida pública. Porém, Barbosa pensa em usar isto em 2017,
quando a economia já tiver retomado o crescimento.
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