27/01/2016 - MAIS TRIBUTOS
A atual equipe econômica defende
mais tributos sobre o brasileiro. Mas, não se sabe agora, desde a Constituição
de 1946, quando a carga tributária era de 16% do PIB, se houve algum governo
que a reduziu. Atualmente, a citada carga tributária está em 36% do PIB. Em
2010, na sua primeira campanha, a presidente Dilma disse que era contra a
recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Na
sua segunda campanha disse que não criaria mais tributos, não cortaria direitos
trabalhistas e continuaria e até ampliaria os programas sociais. Foi reeleita e
está fazendo o contrário do que prometeu. Em razão de ter estourado as contas
públicas em 2014, repetindo-o em 2015, não vislumbra a presidente mais nenhuma
ação que não seja a cobrança de mais impostos e elevação de alíquotas para os
já existentes, além da recriação da CPMF. Agora, que chamá-la de Imposto
Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), para garantir o apoio dos
Estados, já que imposto se distribui com eles. Contribuição não. Referido
tributo é uma criação tão esdrúxula, que existiu até 2007, quando o Congresso
Nacional reconheceu que não era um bom tributo, não ia integralmente para a
Saúde, conforme fora o seu propósito de criação. Ademais é um tributo em
cascata, mediante cadeia de tributações. Se existisse somente um ou dois
tributos gerais até que a CPMF seria uma contribuição eficiente. Porém, existem
dezenas de tributos, próximas de uma centena deles. Os governos não querem
abrir mão de nenhum dos gravames sobre a população. Pelo contrário, quer criar
é mais.
Em 2015, o governo federal iniciou
um ajuste fiscal, envolvendo 27 unidades federativas e 5.565 municípios. Não se
imaginava que a arrecadação caísse assustadoramente, muito mais do que a queda
estimada de 4% do PIB. Ainda mais que as investigações da operação Lava-Jato,
acerca da corrupção na Petrobras, derrubaram uma série de atividades correlatas
à exploração de petróleo e paralisaram as 29 maiores empreiteiras do País. O
impacto do conjunto da citada operação correspondeu a um recuo de – 2% do PIB.
Se o Estado perdeu mais de 6% de arrecadação, Estados e municípios perderam
muito mais. Logo, estão “inventando” obtenção de receitas. Por exemplo, uma
decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) aprovou a cobrança
de 5% de imposto sobre a circulação de bens e serviços nas vendas de software e
de jogos “on line”. A entrada em vigor depende da aprovação dos Estados. No
entanto, referida rede de produtos já são taxados pelos municípios. A
Constituição Federal veda a incidência de bitributação. Muitas empresas irão
recorrer da medida com Ação Direta de Inconstitucionalidade.
Enfim, o que deveria ser feito
seria a redução da máquina pública, mas “quem vai colocar o sino no gato”?
Direto de Curacao
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