08/01/2016 - DESESTRUTURAÇÃO DO SEGMENTO IMOBILIÁRIO



Nos dois últimos anos se deu a desestruturação do segmento da indústria da construção civil. A propósito, como se compõe o setor industrial? De vários segmentos produtivos, sendo os carros chefes a indústria da construção civil e a indústria automobilística. Poder-se-ia argumentar que a indústria de energia elétrica e a do petróleo seriam semelhantemente expressivas. São sim. Mas, elas não se transformam em produtos, que são de utilização final, estes dois últimos contribuem para tanto, porém, são de utilização intermediária, desaparecendo no processo produtivo, para constituir os produtos. No dia 6, passado, falou-se aqui do segmento automobilístico. Hoje, do segmento imobiliário. Ambas padecem da profunda recessão, que se iniciou em 2014.
O número de lançamentos de imóveis no Brasil despencou em 2015. Foram 15 mil conjuntos, em relação a 2014, que foram de 34 mil. Porém, o problema é tão grave, que é o menor nível desde 2004, que fora de 22,5 mil. Daquela data para cá, o avanço tinha sido enorme, até o ápice de 2010, quando os lançamentos alcançaram 38,2 mil conjuntos. Em contrapartida, em 2015, o estoque de complexos de habitações novas alcançou 26,4 mil, o segundo maior, visto que o primeiro fora o de 2014, de estoque de 27,3 mil. O menor nível de estoque ocorreu em 2010, de 10 mil, quando a economia nacional cresceu 7,6%.
Os preços também caíram muito, em 2015, conforme pesquisa da FIPE-ZAP, em todas as 20 maiores cidades, para bem menos do que 2%, enquanto a inflação ultrapassou 10%, no ano passado. A tendência esperada é que os preços caiam também, em termos reais, em 2016. No entanto, analistas do segmento imobiliário acreditam que, se for reestabelecido o crédito, reduzindo bastante às taxas de juros e a confiança do consumidor restaurada, os preços poderão subir um pouco mais do que a inflação a partir de 2017.
Na década de 1990, o déficit habitacional cresceu bastante, até atingir 7,5 milhões de moradias, nos anos iniciais do presente século. Hoje, o déficit habitacional está por volta de 6 milhões, depois de uma década de boom, de 2004 a 2013. A ideia é de que ele chegue até 8 milhões, haja vista quem só melhorará a partir de 2017, visto que os novos lançamentos têm prazo médio de maturação superior a três anos. Assim, somente depois de 2020 poderá o déficit, depois de crescer, poderá regredir. Segundo a FGV, o nível de emprego caiu muito mais para a área imobiliária do que o nível do desemprego como um todo. A última pesquisa divulgada pela PNAD-Contínua, realizada pelo IBGE, indicava o desemprego global por volta de 8%. Já, segundo analistas de mercado, ultrapassa 11% na construção civil.
Por fim, a baixa confiança do consumidor e a escassez do crédito, por isso mesmo mais caro, fizeram que a procura por aluguel ultrapassasse pela primeira vez a compra da moradia. Consoante o portal ZAP, hoje 6 pessoas procuram alugar, enquanto 4 querem comprar.

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