31/12/2015 - PARECE QUE ESTE ÚLTIMO TRIMESTRE É FUNDO DO POÇO
De esperanças, vive-se em todo o
País, de que as coisas melhorem no Ano Novo, ou de que, no mínimo, parem de
piorar. As estatísticas apontam na ligeira melhora na confiança dos agentes
econômicos, de que o quarto trimestre do ano chegou ao fundo do poço, muito
embora o caminho de volta seja o de ter-se ainda recessão entre - 2% a - 3%,
conforme previsões semanais auscultadas com 100 instituições, pelo Banco
Central (BC).
Na coluna Contraponto da FSP de
ontem, segundo Antônio Delfim Netto, um dos mais experientes economistas, afirma
que há fatores positivos destes 2015. A balança comercial fechará com superávit
perto de US$19 bilhões. As reservas externas estão em torno de US$370 bilhões.
E de que até a presidente Dilma acredita no ajuste fiscal. Essa ironia à parte
dele, visto que ela sempre foi contra, mas foi obrigada a adotar em 2015. Conta
ainda o articulista que Lula teria dito que Delfim estava otimista demais.
Porém, ele disse que tinha 87 anos, redundância, no entender do que já viu. Na
coluna de Élio Gaspari, da mesma FSP, o articulista afirma que aconteceu “tudo”
ao contrário do que disse a presidente e até pior. Inflação acima do teto da
meta de 6,5%, estimada em 10,7% pelo BC. Taxa de desemprego esperada, acima de
8,9%, conforme última estimativa do IBGE, de setembro. Perda do grau de
investimento, consoante agências internacionais de risco Standard & Poor’s
e Fitch. Ao invés de crescer, o PIB mergulho muito, por volta de 4% e
continuará a cair em 2016, embora haja quem espere que caísse menos, tal como é
o referido BC. Antes da apuração final da corrupção na Petrobras, estampada
pela operação Lava-Jato, a presidente editou a MP 703, favorecendo a impunidade
dos empreiteiros, segundo ele.
E mais (não se põe “mais” aqui,
porque o propósito do artigo é de escrever uma página diária). A dívida pública
poderá fechar em um recorde de 67% do PIB, quando, no ano passado estava em
57%, uma deterioração sem precedentes, devido principalmente à rolagem dos
juros da dívida pública de 2015, não pagos, de cerca de R$450 bilhões. Déficit
primário, pelo segundo ano consecutivo, por volta de R$120 bilhões. Salário
mínimo maior previsto para amanhã, no valor de R$880,00, reajuste de 11,6%, acima
da lei de diretrizes orçamentárias, mediante também mais ganho real, o que influenciará
enormemente a continuada da alta inflacionária, dado que os empresários
repassarão aos preços. O reajuste citado considerou a inflação pelo INPC, de 12
meses, de 10,97%, mais o avanço da economia de 0,1% (a conta é de 1,1097x1,001=1,1108-1=
11,08 e o governo arredondou para 11,6%).
Enfim, espera-se que o novo
Ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, consiga errar menos em 2016, do que errou
a equipe econômica em 2015, procurando ser um protagonista “second best”, se é
que este é o que precisa o País. Fazer ajuste fiscal rápido, mas com reformas
econômicas estruturais. Conforme o Ministro da Casa Civil, Jacques Wagner, o
segundo no Executivo do governo federal, a situação da presidente Dilma
melhorou, após o STF traçar rito de impeachment. Talvez, dizendo mais, depois
de que passou a ter aceitação de 12%, contra 8% da pesquisa DATAFOLHA anterior.
Realizando “mea culpa”, por Dilma, embora ela não admita, no final de ano. Sendo
Wagner homem indicado por Lula, ele declarou que os problemas financeiros que o
País atravessa tem origem nas medidas econômicas adotadas no primeiro mandato
da presidente Dilma. Expressou-se, assim, no dia 30, na rádio Metrópole, de
Salvador – Bahia: “Nos perdemos receita, além dos erros que foram cometidos em
2013, 14, com desoneração exagerada, programas que foram feitos num volume
muito maior do que a gente aguentava. Abriu-se a porta de 2015, você estava com
uma situação fiscal... por isso que o ano foi duro”. Disse que não havia
diálogo com o Ministro da Fazenda anterior, Joaquim Levy, que aplicou um
remédio “que se transformou em veneno. Eu não posso fazer um negócio de matar
de fome todo mundo. Estamos procurando esse ponto de equilíbrio, da rota do
ajuste com retomada do desenvolvimento, não de crescer muito, mas voltar a
crescer, de ter expectativa de confiança de empresários e trabalhadores”. Portanto,
continua o embate entre partidários de Lula, com os de Dilma, esta que continua
se mostrando “perdida”. Se ela fosse só “perdida”, no que parece. Mas, ela é
uma incógnita. Tem ideias próprias. Inúmeras já apresentadas contra o progresso
que se requer. Move ahead!
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