11/12/2015 - FLUXOS ILEGAIS DE DINHEIRO
Global Financial Integrity (GFI)
é uma instituição de pesquisas dos Estados Unidos, que calculou, para o período
entre 2004 a 2013, que os países em desenvolvimento e os emergentes
movimentaram US$7,8 trilhões de origem ilícita. Ou seja, o referido órgão enumera
cartéis de drogas, esquemas de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e esquemas
de organizações terroristas. O Brasil está em sexto lugar em movimentação média
anual de US$22,67 bilhões. Entre os dez maiores, em ordem: 1) China, fluxo no
período de US$1,39 trilhão; 2) Rússia, US$1,05 trilhão; 3) México, US$528,44
bilhões; 4) Índia, US$510,29 bilhões; 5) Malásia, US$418,54 bilhões; 6) Brasil,
US$226,67 bilhões; 7) África do Sul, US$209,22 bilhões; 8) Tailândia, US$191,77
bilhões; 9) Indonésia, US$180,71 bilhões; 10) Nigéria, US$178,04 bilhões. Em
2003, o cálculo do GFI para o fluxo ilícito foi de US$456,3 bilhões, subiu para
US$1,1 trilhão em 2013. Os BRICS, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul,
estão na liderança, conforme visto. A conclusão geral é de que os fluxos
financeiros ilícitos são o problema mais grave a prejudicar as economias
emergentes e em desenvolvimento. Claro, que nas economias ricas também tem
ilicitudes. Porém, as leis lá são mais severas, pelo que eles acreditam inibem
mais do que nos outros mais permissíveis.
No Brasil, conforme pesquisa da
Datafolha, a corrupção ocupou na última pesquisa o primeiro lugar, com apontamentos
de 34% de mais de 3.000 entrevistados revelando o seu ineditismo, já que antes
o primeiro lugar era ocupado, na maioria dos anos pesquisados, pela saúde da
população. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) calcula também
em mais de R$40 bilhões anuais os desvios de dinheiro com a corrupção
brasileira.
A esse respeito, estão em curso a
operação Lava-Jato, relativa as investigações de ilícitos na Petrobras,
desdobrada em 21 fases, tendo atingido 29 grandes corporações de empreiteiras,
mais de cem presos, não tendo chegado ainda aos políticos federais, que têm
foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal e protegidos por sigilo. Dezenas
de bilhões de desvios de dinheiro da ex-maior empresa da América latina,
valendo hoje entre 10% a 20% do seu valor de mercado. Sem capacidade de
investir como se propôs. Devendo cerca de US$500 bilhões. Objeto de ações
internacionais de indenização. Um escândalo responsável por valor de 2% do PIB,
em suas fases. Calculado o PIB em 2014 em R$5,52 trilhões. Ou seja, R$110,4
bilhões de prejuízos. Aguarda-se ainda a ação penal do STF sobre mais de 50
políticos. O dobro dos envolvidos pelo “mensalão”.
Ademais, quanto seria a operação
de fraudes no CARF (Conselho Administrativo da Receita Federal), órgão do
Ministério da Fazenda, denominado de investigações Zelotes, sendo efetuadas
pela Polícia Federal? Quanto seria no esquema do BNDES? Quanto seria nas obras
do PAC?
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