16/12/2015 - FASES DE BAIXAS DOS CICLOS RECENTES E GRANDES ACONTECIMENTOS
Quanto tempo dura um ciclo
econômico, tanto em sua fase ascendente como descendente? Veja-se, por exemplo,
as duas últimas gerações brasileiras, também chamadas de geração X e de geração
Y, dos anos de 1980 para cá. A geração que nasceu depois do “milagre econômico”
(1968-1973) e a geração que nasceu depois do Plano Real (1994 até os dias
atuais). Nos anos de 1968 a 1980, ocorreu o período de mais altas taxas de
incremento do PIB, a saber, 9,8%, 9,5%, 10,4%, 11,3%, 12,1%, 14,0%, 9,0%, 5,2%,
9,8%, 4,6%, 4,8%, 7,2%, 9,1%, respectivamente, sendo 13 anos de exarcebado
crescimento, em média anual de 9,0%. Não se conhece registro desse nível.
Porém, o longo ciclo chegou ao fim pelos choques do petróleo. Em setembro de
1973, o primeiro choque, sendo a média de incremento do PIB do período de 1968
a 1973, de 11,2%. Sentindo a economia o alto preço do barril do petróleo, mas,
mesmo assim, o governo Geisel colocou a economia brasileira em “marcha
forçada”, que cresceu de 1974 a 1980, em média anual de 7,1%. Entretanto, o
segundo choque do petróleo de setembro de 1979, não foi mais segurado e, a
partir de 1981, o PIB teria um longo ciclo de queda, quando a economia se
colocou em uma “década perdida”. Assim, de 1981 a 1990, o PIB alcançou – 3,1%,
1,1%, - 2,8%, 5,4%, 7,8%, 7,5%, 3,5%, - 0,1%, 3,2%, - 4,45%, respectivamente, a
média anual se situou em 1,8%. Ciclos curtos de recessão e de crescimento. Na
década de 1991 a 2000, o PIB anual variou 1,0%, - 0,5%, 4,9%, 5,9%, 4,4%, 2,2%,
3,4%, 2,5%, 0,3%, 4,3%, respectivamente, em média anual de 2,6%. Somente um ano
recessivo e ciclos curtos de crescimento. Na década de 2001 a 2010, o PIB anual
aumentou 1,3%, 3,1%, 1,2%, 5,7%, 3,1%, 4,0%, 6,0%, 5,0%, - 0,2%, 7,6%,
respectivamente, média anual de 3,7%. Nos últimos cinco anos, de 2011 a 2015, o
PIB variou 3,9%, 1,9%, 3,0%, 0,1%, - 3,6% (previsão divulgada ontem pelo Banco
Central), respectivamente, média anual de 1,1%. Porém, desde o segundo semestre
de 2014 a economia nacional se e3ncontra em recessão.
Dessa forma, existem três
triênios de maiores baixas da economia. De 1981 a 1983, o PIB caiu – 8,5%. De
1990 a 1992, o PIB recuou – 7,59%. Como o PIB cresceu 0,1% em 2014, se o PIB
cair – 3,6% em 2015, - 2,7% em 2016 (previsão do relatório Focus do Banco
Central desta semana), o triênio em curso de 2014 a 2016, já está sugerindo
recuo de – 6,4%. Mas, a estimativa do Instituto Brasileiro de Economia da
Fundação Getúlio Vargas é de recuo de – 8,1%, dado que a última vez que a
economia retraiu-se tanto foi em 1930-1931. A pior recessão em três décadas,
esperando-se que ela não se projete para 2017. O quadro fica muito
imprevisível, haja vista que 2015 praticamente acabou, não havendo nenhuma luz
no fim do túnel, para o quadro melhorar. Pelo contrário, o medo é grande de que
a situação piore ainda mais. Os destaques dos triênios das maiores quedas
levaram a mudanças estruturais, tanto na economia como na política. Assim, do
grande débâcle de 1981-1983, a matriz energética deixou de ser dependente do
petróleo importado e acabou a ditadura militar, que levou 21 anos. Do recuo de
1990-1992, ocorreram privatizações, o Plano Real e a consequente estabilidade
da economia, além de ocorrer a política da reeleição. Da retração atual, de
2014-2016, em curso, as estimativas são de que ocorram também mudanças
estruturais. Quais?
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