18/12/2015 - RETORNO DEMORADO PARA GRAU DE INVESTIMENTO
O histórico das decisões da
retomada do grau de investimento está indicando um longo período de
recuperação, visto que as agências internacionais de risco que o concedem,
analisam a capacidade de pagamento do devedor e se tem sido bom pagador.
Geralmente, um país que o perdeu levou vários anos para recuperá-lo. Uma das
maiores dificuldades é a de obter superávit primário. Em seguida, de quanto do
PIB para fazer o mínimo de pagamento de juros aceitável pelas referidas
agências. Os maiores investidores internacionais são os fundos de pensão, os
quais retiram as suas aplicações em países não recomendados e, muito menos,
fazem novas, a não ser quando da volta da creditação citada. O Brasil foi
anteontem destronado, porque apresentará, ao findar este exercício, dois anos
consecutivos de déficit primário, mediante uma dívida pública de mais de R$2,6
trilhões, para a qual precisaria honrar, somente de juros, mais de R$400
bilhões. Ora, a meta que se está propondo para 2016 é de 0,5% do PIB, inferior
a 5% dos referidos R$400 bilhões. Por isso, não o fará colocado na posição
anterior. Ademais, a contabilidade nacional apresenta, desde 2014, deterioração
e se traduz em falta de confiança internacional.
A agência Fitch Ratings, a
segunda a cortar o selo brasileiro, tendo a primeira sido a maior delas, a
Standard & Poor’s, em setembro, examinando 15 países que perderam o selo de
qualidade para o grau de crédito esperado, observou que, desses, o Egito levou
13 anos para retomar o citado grau. Dentre eles, a Coréia do Sul foi o mais
rápido, recuperando o selo de qualificação, em apenas 1 ano e 1 mês, naquela
conjuntura difícil de 1997, para os chamados países de Tigres Asiáticos. E ele
tem sido mesmo.
O Brasil atual não tem feito a
lição de casa. Os piores indicadores continuam se sucedendo no segundo mandato.
O governo da presidente Dilma afirma que está sendo vítima de um golpe, para
retirá-la do poder. Mas, quem está desferindo golpes está dentro da sua gestão.
É bem verdade, herdados por ela. Mas, também é verdade que ela os aprofunda,
sem resolvê-los. Os golpes que têm sido desferidos são os da corrupção,
escancarados há quase dois anos, pela operação Lava-Jato, que investiga
contratos com a Petrobras, os rombos sucessivos no orçamento público, o
desemprego de 5 mil pessoas por dia e a queda do PIB, que se aproxima de 4%,
neste exercício. A própria agência Fitch sinalizou, no mesmo dia que retirou o
citado selo, tendência negativa, podendo rebaixar a nota em mais um grau.
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