15/12/2015 - IDH DE 2014, 75º LUGAR ENTRE 188 PAÍSES




O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi criado há 24 anos pela Organização das Nações Unidas (ONU), calculado anualmente pela equipe permanente do PNUD, levando em consideração a expectativa de vida, anos de escolaridade e nível de renda média, de forma ponderada. Em outras palavras: saúde, educação e renda. Depois ele é ajustado, quando leva em consideração a desigualdade na distribuição de renda. Ele substitui o indicador produto per capita, que é somente o PIB dividido pelo número de habitantes. Há três faixas para o IDH. Alto, médio e baixo desenvolvimento. Depois de escalar três posições entre 2009 e 2014, o Brasil subiu (piorou) um degrau na classificação de 188 países, ficando em 75º lugar, mas ainda na faixa de alto desenvolvimento. O IDH varia de zero a um. Divulgado ontem pela ONU, o indicador de 2014 foi de 0,755; em 2013, fora de 0,752, em 74º lugar. Deu-se então pequeníssimo progresso, ficando uma posição pior, visto que o Sri Lanka, ilha do sul da Índia, com 21 milhões de habitantes, teve crescimento maior. Os dados utilizados foram de expectativa de vida do brasileiro de 74,5 anos (em 2015, já está maior), a média dos anos de estudo considerada foi de 7,7 anos e a renda per capita diminuiu de US$15,288.00 de 2013, para US$15,175.00. Quando ajustado, econometricamente, pelo perfil da distribuição de renda, o IDH perde 26,3%, pela sua grande desigualdade. Passa para IDH = 0,587, segundo consta da FSP de hoje. Se bem lembrar, o primeiro IDH de 1990 alcançou 0,608. Claro, sem ajustamento. A melhora para 0,755 tirou de perfil de médio para elevado grau de desenvolvimento.  A melhora do IDH de 24% [(0,755-0,608x100):0,608], em 24 anos.

 O relatório retrata em 272 páginas o Brasil por dez vezes, sendo três delas, referindo-se ao Programa Bolsa Família, lançado em 2003, em substituição ao Programa Bolsa Escola, que era menos abrangente. O citado Programa, segundo o PNUD, tem sido responsável por retirar cinco milhões de pessoas da pobreza extrema, número bastante menor do que a propaganda oficial de quarenta milhões. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) também é citado como iniciativa de redução da desigualdade de oportunidades. Entretanto, em julho, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), na 23ª Edição do Boletim de Políticas Sociais, adiantou aumento da extrema pobreza, cujo retrato foi retirado no começo de 2015.

No ano que vem o IDH irá configurar o País em recessão e, sem dúvida, irá piorar, visto que a taxa média de crescimento mundial estimada está acima de 3%, quando o PIB brasileiro cairá mais perto de - 4%, conforme estimativas do mercado financeiro, revelada no boletim Focus do Banco Central, desta semana, que seria de – 3,62%, não obstante a expectativa de vida tenha crescido e os anos de estudo, neste ano. Porém, o recuo do PIB será muito forte, transferindo para renda média um dos piores anos da sua história.

Os cinco primeiro colocados do IDH foram: 1º) Noruega, 0,944, que se mantém por vários anos; 2º) Austrália, 0,935; 3º) Suíça, 0,930; 4º) Dinamarca, 0,923; 5º) Holanda, 0,922. Os cinco últimos classificados foram: 184º) Burundi, 0,400; 185º) Chade, 0,392; 186º) Eritréia, 0,391; 187º) República Centro Africana, 0,350; 188º) Niger, 0,348 (que permanece em último).

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