07/12/2015 - DEPRESSÃO NÃO ESTÁ LONGE
O PIB deste ano está perto de –
4%. Para 2016, estima-se perto de - 3%. Crescimento, talvez, em 2017, de 1%. Em
2018, entre 1% a 2%. Inflação de dois dígitos. Desemprego projetado para dois
dígitos no ano vindouro. Números negativos somente comparáveis aos anos de
1930-1931, época da conhecida grande depressão. Momento mais sofrido da
história econômica. Portanto, já há quem afirme que existe uma depressão
brasileira. Em uma tirinha jornalística antiga, chamada de “O mago de Id”, no
alto do castelo, o soldado pergunta ao rei: - Majestade, o que é recessão? Responde o rei. - É quando você perde o
emprego. - E depressão? – É quando eu perco o emprego. Ontem, no jornal FSP,
Henrique Meirelles, que escreve aos domingos, assim se referiu, em coluna
intitulada: “Antidepressivo”. “A evolução dos dados econômicos deixa claro que
a recessão começa a atingir ares de depressão. A expectativa da queda do PIB
neste ano ultrapassa 3% e alguns analistas preveem que chegue a 4%. Para 2016,
as projeções de retração já chegam a 3%. Projeções para 2017 e 2018 continuam
sendo revisadas para baixo e, apesar de ainda positivas, atingem taxas muito
baixas e aquém do nosso potencial. Diante desse cenário de dificuldades
crescentes, é preciso conscientizar e mobilizar a sociedade para não só para
enfrentar os problemas fiscais de curto prazo, como também para adotar as
medidas necessárias à retomada do crescimento. Ou seja, as reformas
fundamentais que conduzem ao aumento da produtividade e do crescimento”.
A Agência O Globo, de Brasília
informa que “O governo será responsável, direta ou indiretamente, por 2,7% da
queda do PIB deste ano. O tombo da economia está estimado em 3,1%, mas, depois
do resultado observado no terceiro trimestre, uma retração de 1,7% em relação
aos três meses anteriores, o percentual deve ser ainda maior... principais
responsáveis pela retração do PIB será a redução dos investimentos da
Petrobras, cujo impacto negativo estimado na atividade econômica é de dois
pontos percentuais... o corte nos investimentos da União em 2015, que está
próximo de 40%, deve ter impacto de 0,7% ponto percentual na retração do PIB”.
Citando o economista Alex Agostini: “A dose do remédio foi grande (o ajuste
fiscal), mas era necessária para fazer o doente viver mais”. Já para o
economista André Perfeito: “Ele (o governo) fez o ajuste na marra e derrubou os
investimentos”. Para o professor André Nassif: “Quando você tem uma situação de
depressão, a forma mais rápida de sair é através da reativação do investimento
público”.
Em suma, vive-se no Brasil a
certeza de que o ajuste fiscal agrava a recessão brasileira, além de que a
situação caótica em que se encontra a Petrobras leva também à maior recessão.
Portanto, é urgente mudar a política econômica. Não será surpresa se Dilma
chamar Henrique Meirelles, a quem não topa, para reverter o atual quadro
econômico do ortodoxo Joaquim Levy, de quem não se espera nada mais do que
continuar batendo na mesma tecla.
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