13/12/2015 - OPERANDO VIDAS SECAS




Há 85 anos o Brasil passou pelo maior desastre econômico da história. O mundo também. Em 1930, chegou ao País a onda da Grande Depressão, iniciada em 1929, nos Estados Unidos da América (EUA), devido à superprodução. Naquela época, por exemplo, havia um estoque de 6.000.000 de automóveis a serem desovados. Sobrava muito e não tinha quem comprasse. Logo, houve a desativação de milhares de empresas, advinda a queda da Bolsa de Nova York. O processo depressivo tomou conta do mundo. Os EUA, nos anos de 1930, correspondiam a mais de 30% do PIB mundial. Passaram 10 anos, quando encolheram. Porém, nos anos de 1940, depois da segunda guerra mundial, atingiram 40% do PIB global. Hoje, correspondem a 25% dele. Agora, a depressão no Brasil está acontecendo, começada em 2014, prevista para terminar somente em 2017, fruto de incompetência da gestão presidencial, principalmente no Brasil, sem ser irradiada do centro do sistema capitalista. Crise tipicamente de incompetência.

Nos anos de 1930, Graciliano Ramos divulgou o infortúnio de “Vidas Secas”, livro clássico a denotar como vivem até hoje aqueles cidadãos que moram no semiárido, no Nordeste. Aqui, nunca se procurou uma solução como já aconteceu em Israel, em vários países árabes, em Las Vegas, nos EUA. Claro, nunca se teve tanto dinheiro para criar o “clima” artificial que existe naquelas paragens. Porém, existe uma área extensa de oásis, no rio tipicamente brasileiro, no Rio São Francisco. Pensado em redimir 12 milhões de habitantes que sofrem com as secas regionais. Em 2007, ano de “boom” econômico, parecia até que o Brasil tinha ingressado na escala virtuosa do crescimento, visto que as maravilhas da exploração do petróleo na camada do pré-sal, tornaria o Brasil exportador da matéria prima. Criou-se a obra de Transposição das Águas do Rio São Francisco. Projeto megalomaníaco, orçado em R$4,8 bilhões. Nunca concluído, embora as obras estejam em profusão. Já se gastou o dobro do orçado. O Rio São Francisco hoje sofre também de assoreamento, além de não ter água nem para atender as suas margens, quiçá, transpor águas.

Em uma das maiores obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), acima citada, surge o primeiro escândalo de roubo de R$200 milhões na execução do projeto, sendo investigado pela Polícia Federal, intitulado Operação Vidas Secas.

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