05/12/2015 - SINAIS DE CONTINUADA RECESSÃO




Parece que não se findou ainda os sinais de recessão com alta inflação, o pior dos mundos em economia. Para tal, contrariamente ao seu discurso, o próprio governo vai contribuindo para que a inflação fique na casa de 10% ou mais. Primeiro, a Petrobras surpreendeu com o reajuste do gás de cozinha pela segunda vez neste ano. O aumento nas refinarias irá variar entre 2,5% a 5%, vigorando de imediato. O reajuste anterior alcançou 12%. Quer dizer, é a inflação basicamente de preços administrados pelo governo, em processo autofágico. Segundo, a ata do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central assinalou que é bem provável que se elevem os juros básicos da economia (a taxa SELIC), na interpretação do mercado financeiro. Assim, conforme a teoria, juros altos combatem a inflação, mas retraem a atividade produtiva, porque inibem investimentos. Em consequência, mais recessão.

O quadro de incredibilidade continua, visto que a presidente Dilma tem feito uma má gestão, principalmente nestes 2015. Após 34 pedidos de impedimento da presidente Dilma, protocolados na Câmara Federal, o presidente daquela Casa, Eduardo Cunha, resolveu acatar uma proposta de impugnação. A dos juristas famosos, Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior, bastante fundamentados. Ao mesmo tempo, o presidente da Casa tem legalidade, mas lhe falta legitimidade para conduzir o processo. Provavelmente, poderá ser cassado pelo Conselho de Ética da Câmara. A presidente da República, Dilma Rousseff, sofrerá demorado processo de impeachment, visto que está comprovado que ela infringiu várias vezes a lei de responsabilidade fiscal, decretando despesas além do que fora aprovado pela lei orçamentária anual. Não somente no seu primeiro mandato, mas continuou neste segundo exercício. Contra ela também está em apreciação no Tribunal Superior Eleitoral se ela se utilizou de fraude eleitoral, na sua campanha de 2014. Enquanto isso, o vice-presidente, Michel Temer, articula-se para assumir o cargo, em caso do evento acontecer.

Em face do exposto, o mercado de ações entendeu que se resolverá, em médio prazo, a questão política. Por isso, a bolsa de valores abriu em 5%, mas fechando em 3,29%. O dólar caiu 2,29%. Na verdade, a bolsa sobe na expectativa e cai na antecipação de más notícias. O mercado de ações entendeu que se resolverão as questões políticas, sendo à saída de Dilma positiva para a economia. Já o dólar se deve a outros motivos de fora, tal como os estímulos monetários da zona do Euro, que fizeram que os países emergentes valorizassem as suas moedas. O quadro está turvo. Porém, haverá uma definição. O problema é em quanto tempo, visto que a economia continua andando para trás.

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