12/12/2015 - INÉRCIA INFLACIONÁRIA DE VOLTA
O Plano Real, iniciado em 1994,
venceu a inércia inflacionária, qual seja o fato de que os preços eram
automaticamente reajustados pela inflação passada. Relembrando, uma lembrança
que se deveria esquecer, depois de 1964, foi criada a correção monetária,
garantindo inflação futura, em razão de inflação passada. Assim, inflação alta
foi suportada por mais de quatro décadas. Entretanto, em 1973, no primeiro
choque do petróleo, os preços do barril foram às nuvens. A ditadura militar
procurou maquiar a inflação, manipulando estatísticas. Porém, em 1979,
aconteceu o segundo choque do petróleo. Não houve jeito. A inflação brasileira
passou de 100%, a partir de 1980, até à hiperinflação de 1990, de 2.500%.
Mais de 20 anos depois do Plano
Real, a inflação deste ano está em 10,5%, em 12 meses até novembro. Analistas
financeiros estão vendo a volta da inércia inflacionária. Por exemplo, o Banco
Itaú acredita que haverá inércia inflacionária de 2%, carregada de 2015 para
2016. Para a Tendência Consultoria os repasses de preços estarão entre 1,5%
para 2%, no período. Nesse nível, dificilmente o Banco Central (BC) atingirá o
teto da meta de inflação, fixada em 6,5%. Para os citados analistas, a inflação
não será menor do que 7%. Não sem outro motivo, o presidente do BC, Alexandre
Tombini, durante almoço no dia 10, passado, na Federação de Bancos, afirmou que
não hesitará em usar os instrumentos para segurar a inflação. A declaração foi
interpretada pelo mercado financeiro de que a SELIC logo subirá em 2016.
As notícias econômicas negativas
somadas ao cenário político de confrontos entre os poderes constituídos,
travando projetos a serem aprovados, que deveriam ser em prol da economia, repetindo cinco anos de má gestão do País, tem piorado
as expectativas para o PIB, também para 2017, cujas estimativas variam de – 1%
a 2%. Três anos de queda do PIB é depressão econômica. Assim, espera-se que
mudanças drásticas possam acontecer em 2016, visando reverter o caótico quadro
deste segundo mandato de Dilma.
No fio da navalha, o Ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que renunciará se o orçamento de 2016 for
aprovado, no Congresso Nacional, sem superávit primário de 0,7% do PIB. Esperando
também pela aprovação do orçamento já está a agência de risco internacional
Moody’s, sinalizando pelo rebaixamento da nota brasileira, em caso de déficit
para 2016. Se acontecerem duas agências de risco desclassificando o Brasil (a
Standard & Poor’s já o fez), para grau de país de investimento especulativo,
o caos estará instalado.
De plantão está Henrique
Meirelles, seja por indicação de Lula, seja por escolha de Michel Temer, se ele
vier a substituí-lo.
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