09/12/2015 - INDÍCIOS DE QUE A DESIGUALDADE VOLTOU A SUBIR


 

 



A partir do início deste ano, o IBGE começou a computar uma média de 170.000 fechamentos de postos de trabalho por mês. Mais de 5.600 por dia, em escalada que ainda não findou. Especula-se em 2 milhões de desempregados neste ano. Por volta de 1% da população. A taxa de desemprego subiu rapidamente para 8,9% da população economicamente ativa, conforme o último levantamento da PNAD-Contínua. Sem dúvida, o cálculo que faz o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostrará um índice de Gini mais alto. Isto é, a desigualdade que tanto caiu em vinte anos anteriores, lentamente, também lentamente voltará a subir. Segundo a Associação Nacional de Birôs de Crédito, citada pela FSP de ontem, existia em outubro 59 milhões de brasileiros impedidos de obter novos créditos por estarem inadimplentes. Aproximadamente 30% dos cidadãos e de 50% dos prováveis tomadores de crédito. A parcela em atraso de curto prazo, de 30 a 60 dias, alcança R$255 bilhões, consoante a mesma fonte, relativos as contas de água, luz, telefone, imóveis financiados, aluguéis e varejistas. O principal motivo da inadimplência é a perda do emprego.

A enquete desta semana do Banco Central, boletim FOCUS, apresenta dados econômicos piores. A estimativa do PIB deste ano se retraiu para 3,5% e de 23,13% para 2016, segundo consulta feita com 100 analistas credenciados. A maioria deles acredita na manutenção da SELIC em 14,25%. Porém há analistas que projetam uma alta para 15%, em 2016. A inflação projetada de 2015 está em 10,44% e de 6,70% em 2016. A bolsa em queda continua no mínimo de 45 mil pontos. O preço do barril Brent de petróleo fechou em US$40.73, sendo seu menor valor em dezembro de 2008, de US$40.55. Isso não ajuda a recuperação da combalida Petrobras. O preço médio das matérias primas exportadas pelo Brasil está no nível de junho de 1999. Isso também eliminou a vantagem que o País tinha em exportar commodities, obtida na década passada. O agronegócio está cada vez mais focado no aumento da produtividade.

Na esteira das notícias ruins ainda vem na redução da quantidade de energia elétrica, a chamada garantia física, que poderá ser reduzida em 10%, conforme o Ministério de Minas e Energia, ainda que possa ser atenuado pelo funcionamento da usina hidrelétrica de Belo Monte, que ainda está no seu início. O motivo da retração referida se deve ao baixo nível de água nas hidrelétricas, devido à falta de chuvas, desvio de águas e assoreamento dos reservatórios. Provavelmente, parte significativa de energia será adicionada pelas termelétricas, levando-se ao maior reajuste das contas de luz. Segundo o IBGE, em 12 meses, encerrado em outubro, a conta de luz subiu em média 52,3%.

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