31/08/2015 - NÚMEROS PÍFIOS DO ORÇAMENTO
Fato inédito ocorreu ontem. O
governo federal apresentou ao Congresso um orçamento com déficit primário de
R$30,5 bilhões, correspondentes a 0,5% do PIB. A irresponsabilidade vai mais
além. Prevê que a economia crescerá 0,2% em 2016. Analistas credenciados pelo
Banco Central, do mercado financeiro calculam queda de 0,4% do PIB no ano que
vem. Neste ano, o PIB recuará entre 2% a 3%. Dois anos consecutivos de recessão
não ocorreria desde a Grande Depressão de 1929. Em 2017, estima o mercado
financeiro que o crescimento será de 1,7%. Muito pouco. A inflação recua
lentamente e espera a União que em 2016 seja de 5,4%. O salário mínimo poderá
ir para R$865,50, um aumento próximo de 10%.
O projeto do orçamento enviado ao
Congresso também desrespeita a Lei de Responsabilidade Fiscal, deixando ao
Congresso a tarefa de encontrar receitas, fechando as contas. Ademais, ao
admitir déficit primário, o governo não admite pagar juros, tomando emprestado
ao mercado financeiro. A dívida pública se aproximará de R$3 trilhões, mediante
encargos financeiros médios de 14,25%. Ao fazer previsão tão ruim,
provavelmente o Brasil perderá o grau de investimento, sendo considerado pelo
capital internacional como área de especulação, sofrendo restrições e juros
mais elevados.
Embora as contas públicas
federais de 2014 ainda não tenham sido aprovadas, o relator do processo no
Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, disse ontem que o Brasil “está sem
direcionamento”, usando uma bússola quebrada para indicar que “o governo não
tem rumo”. Ele concedeu maior prazo para a presidente Dilma se explicar,
declarando: “concedi para evitar que o caso fosse para uma instância superior”.
O Ministro do Planejamento,
Nelson Barbosa, adiantou que bebidas, telefones celulares deverá ter suspensa a
desoneração do PIS/COFINS, além de venda de ativos compõem receitas cogitadas
para combater o déficit.
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