06/09/2015 - GESTÃO QUE SE DETERIORA




Ao contrário do que fez o ex-presidente Lula, a presidente Dilma, mesmo sendo criada por ele, deteriorou uma gestão, ao ponto de trazê-la ao pior beco sem saída desde a crise de 1929. O que Lula fez? Venceu as eleições de 2002. Venceu o preconceito. Propôs na Carta aos Brasileiros, para respeitar contratos e foi ortodoxo na economia (quase tudo ao contrário do que disse que ia fazer). Assim, ampliou a confiança na moeda já estabilizada e preparou as bases para crescer. Havia capacidade muito ociosa, tanto de investidores como de consumidores, sendo nestes tecidos que ele agiu, cercado de bons assessores. A sua ampla prática política o fez ver os “gênios” da economia brasileira. Contou ainda com a bonança da demanda chinesa pelas commodities brasileiras, recebendo preços altos pelas exportações. Claro, que Lula não foi nenhum gênio. Deixou um armário de bombas para Dilma desarmar, visto que construiu um cenário fictício de que as estatais seriam tão fortes, que não sucumbiriam aos desvios de dinheiro para aparelhamento do Estado, fim último que seria a implantação dos Conselhos de Direção em todo o País. A perpetuação do Fórum de São Paulo de 1990. Por outro lado, dogmatizou que se teria como maior sustentação a imensa máquina governamental de dezenas de ministérios executivos e judiciários (a população praticamente desconhece que os tribunais superiores estão cheios de ministros. A propósito quantos têm o STJ?). Lula também usou uma estratégia de atuar nas pontas das classes sociais. Fortificou e ampliou os programas sociais e se aliou com as maiores frações do capital nacional. Dinheiro desviado irrigou muito do prestígio dos seus apoiadores. Porém, desmontou-se o “mensalão”, o “petrolão” esvai-se em sangue, o “Bndesão” ainda não começou.

Dessa forma, a presidente Dilma realmente recebeu uma herança maldita. Provavelmente, se Lula pudesse continuar a bomba ia estourar em seu colo. Vendo somente a questão econômica, que é a primordial, acerca de somente dois polos de governança, a situação fiscal e a dívida pública. A presidente Dilma começou com um superávit primário de 3,5% em 2011, que veio caindo até chegar em 2014 a um buraco de 0,5% do PIB. Agora, em 2015, mandou ao Congresso um orçamento para 2016, que repete 0,5% do PIB de déficit primário. Já a dívida bruta saltou de 52,3% em 2011 para 64,6% do PIB nestes meados de 2015. Incompetência em geral é o que parece, refletindo em recessão, talvez a mais longa da história contemporânea, bem como o retorno ao descrédito internacional de má gestão pública. Assim, urge que “Deus a ilumine”, fazendo-a a entender o que o assessor Carville, do presidente americano Bill Clinton falou: “É a economia, estúpido”. Ou seja, começar a acertar por aí, porque até agora a imensa maioria das suas decisões na área foram erradas.

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