14/09/2015 - CHINA ASSUSTA BRASIL
A projeção da economia brasileira
é de – 3% de queda do PIB neste ano, mas o setor agropecuário poderá crescer
0,4%, destacando-se a produção para exportações para a China, notadamente de
grãos, carnes e minérios. A China tem reduzido suas compras pelo mundo e
assusta o Brasil, visto que é o maior parceiro comercial brasileiro. O ajuste
das contas externas é uma das boas noticias da economia em 2015, mas isso se
deve a um real mais barato. O déficit das contas externas está caindo de menos
US$105 bilhões em dezembro de 2014, para menos US$93 bilhões em junho de 2015,
cujas projeções para dezembro de 2015 são de menos US$76 bilhões e para
dezembro de 2016 de menos US$54 bilhões. Referido déficit em transações correntes
revela crescente superávit na balança comercial, mas é negativo pela
necessidade das importações de serviços que o País necessita, principalmente
pela remessa de lucros das multinacionais e de juros, em razão da recessão.
Juros e lucros fazem parte dos chamados serviços no balanço de pagamentos.
Secularmente o Brasil tem a pagar mais do que a receber do exterior. Esta conta
vem sendo reduzida, não obstante o recuo chinês. Mas, o País precisa captar
dinheiro para fechá-la.
A China, na semana passada suspendeu
a compra de frango da BRF Exportadora de frango em Rio Verde (GO) e a Belo
Alimentos em Itaquiraí (MS). Porém, o que mais assusta é que, neste 2015, o
preço do minério de ferro recuou 43% e o da soja 30%. O Brasil aumentou a
exportação em quantidade física de 7,5%, mas o faturamento caiu 20,3%, em
relação ao primeiro semestre de 2014.
O Banco JP Morgan fez uma
classificação de 20 países emergentes. Considerando somente fatores externos, o
País está em 12º lugar, em grau de risco para investidores. Mas, considerando
somente fatores internos, o Brasil passa para 2º lugar, como mais arriscado
investimento, vindo em primeiro a Rússia. Sem dúvida, os fatores internos
fizeram o Brasil perder o grau de investimento da agência de risco Standard
& Poor’s.
Aguarda-se para amanhã o anúncio
dos cortes de gastos governamentais para que seja complementado o ajuste
fiscal, mediante a previsão de superávit primário de pelo menos 0,7% do PIB.
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