25/09/2015 - RECURSOS DOS VETOS PRESIDENCIAIS
O Congresso Nacional possui 513
deputados na Câmara e 81 parlamentares no Senado. Nele tramitam milhares de
projetos, a maioria tendo origem no Executivo, através de projetos de lei e de Medida
Provisória (MP), em seguida, do próprio Legislativo e de origem popular.
Transitando nas duas Casas estão 33 partidos políticos com muitos interesses
divergentes, causando tumulto na gestão econômica do País. Assim, quando um
projeto é aprovado, depois de trâmites diversos, cheio de regras legislativas
para a sua aprovação, ele vai para sanção da presidente da República, que tem o
poder de vetar, um ou mais artigos. O legislativo tem o poder de derrubar o
veto presidencial, em reunião conjunta das referidas Casas. Depois, a lei entra
em vigor. Por incrível que pareça mesmo o Executivo contrariando um ou muitos
artigos com vetos, até desfigurando a lei aprovada, o Congresso pode mantê-los.
A Constituição de 1988 trouxe dentro de si a possibilidade do Executivo usar a
MP como instrumento de urgência, para entrar imediatamente em vigor, após a
edição pelo Executivo. Depois seria discutida e transformada ou não em lei. Tal
poder dota o Executivo de um instrumento de força, igual ao decreto-lei do
regime ditatorial. Há poucas diferenças entre ambos. A primeira diferença é que
o Executivo banalizou as edições de MPS com a emissão delas pelo mais simples
motivo ou substituindo o Legislativo, para atingir os propósitos dele. A segunda
diferença é que o presidente do Congresso pode devolver a MP, para que seja
transformada em projeto de lei. Porém, entre milhares de MPs até agora
editadas, somente duas foram devolvidas, para cumprir sua verdadeira função de
exercitar o Congresso. Como no Brasil o sistema é presidencialista, o Executivo
faz de quase tudo para manter a maioria no Congresso.
Começando na noite do dia 23,
passado, até às 2 horas do dia 24, ontem, foram colocados em apreciação, por
sessão conjunta no Congresso, 32 vetos a projetos de lei aprovados, que
poderiam elevar as já com balidas despesas públicas. Em cooptação de
parlamentares, oferecendo ministérios e cargos, além de levar a sessão para a
madrugada, a União conseguiu manter 26 vetos presidenciais. Entre os vetos
mantidos está o relativo ao fim do fator previdenciário, que elevaria o já
enorme déficit do INSS. Foram mantidos também aquele que impedia a
flexibilização das regras do seguro desemprego e o abono salarial para o
trabalhador rural. Seis vetos foram adiados, tais como aquele sobre o aumento
de até 70% nos salários dos servidores do judiciário e a extensão da política
do reajuste do salário mínimo a todos os aposentados da Previdência. Neste
último caso, os aposentados iriam ingressar na Justiça para obter os 5 anos de
prescrição do efeito retroativo. Ontem, o presidente do Senado já convocou para
a próxima quarta feira, dia 30 deste mês, para o exame dos seis vetos polêmicos
e dos mais gastadores. Sem dúvida, se rejeitados os vetos, o ajuste fiscal não
se concretizará, mesmo que se aprove a CPMF para 2016.
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