24/09/2015 - RECRIAR CPMF É ELEVAR A INCERTEZA TRIBUTÁRIA
A presidente Dilma (PT) disse que
não gosta da CPMF, mesmo assim mandou anteontem o projeto de lei da sua
recriação ao Congresso. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB),
declarou a poucos dias que seria “um tiro no pé”. O presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB), afirmou que não via possibilidade da sua aprovação. O
vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB) deixou a articulação política
do governo, mas, tem-se mantido calado sobre o tributo. A CPMF foi rejeitada no
primeiro ano do segundo mandato de Lula (2007), deixando de ser cobrada desde
2008. Os empresários, principalmente os industriais, de todos os pontos
cardeais, têm-se manifestados contra na TV, jornais e revistas. A comunidade
brasileira sabe que a CPMF eleva a carga tributária. Portanto, é um tributo
antipático. O pior é que se amplia a incerteza tributária, justamente quando os
empresários clamam há muitos anos por reforma tributária. Por que ele foi
mandado ao Congresso? Para trazer mais desgaste à atual gestão?
Olhando a administração do PT
desde 2003, vê-se que ele nunca possuiu plano de longo prazo. Com Dilma, muito
menos. A incerteza é o que mais conta com ela. Vai à frente e volta atrás. Seus
vacilos levaram o Brasil à maior recessão desde 1990. O fato é que, depois de
serem deterioradas as contas nacionais, ela resolveu fazer um ajuste fiscal,
que depende fundamentalmente do Congresso Nacional. Este, na contramão, criou
condições para, ao invés de menos, mais gastos públicos, calculados em R$127
bilhões, relativos a 32 vetos presidenciais, dos quais 26 foram aceitos, mas os
seis restantes, adiados, continuam sendo pautas-bomba, para a demolição do
ajuste fiscal. Os olhos continuam perplexos, voltados para Brasília.
Quanto à recriação da CPMF, ela
corresponde a cerca da metade das receitas do ajuste fiscal, principalmente
para fechar o buraco previsto para o orçamento de 2016. Se ela não for aprovada
o ajuste estará comprometido. A votação dela será nominal e os parlamentares
serão vistos por toda a Nação. A área de atrito está muito grande.
Uma solução alternativa seria
“cortar na carne”, reduzindo o número de ministérios. Porém, há dois meses que
se fala no assunto. Porém, o PT não está gostando de perder cargos dos
primeiros escalões. Os movimentos populares não estão gostando dos cortes nos
programas sociais. Enquanto isto, a presidente Dilma vem negociando ministérios
com o pessoal do segundo escalão do PMDB, sem os do primeiro escalão, Temer, Cunha
e Calheiros, citados acima. O ex-presidente Lula esteve ontem no Planalto, onde
passou sete horas, sugerindo a Dilma que atenda a todos os pedidos do PMDB: “O
melhor perder ministérios do que a Presidência”, disse Lula, conforme
interlocutores. Da reunião resultou que mais uma vez foi transferido o anúncio
de corte dos ministérios e de cargos públicos. Enquanto isto, a economia
continua caindo.
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