30/08/2015 - INVESTIMENTOS TRAVADOS



Todo final de mês de agosto o governo federal tem de enviar ao Congresso o projeto de lei do orçamento do ano seguinte. Pela primeira vez referido projeto vai com déficit primário, argumentando a equipe econômica que não consegue antever receitas que possam cobrir todas as suas despesas. O déficit primário estimado será de R$30 bilhões. Queria o Executivo cobri-lo com a recriação da CPMF, cuja arrecadação estimada seria de R$85 bilhões. Mas, desistiu da CPMF, devido à forte reação negativa e avaliação de que não seria aprovado. Estuda enviar projeto de lei de novo tributo. Sem dúvida, a insegurança com mudanças nos tributos trava investimentos, conforme se pronunciaram 30 entidades do setor produtivo, tributarista, consultores e empresários ouvidos pelo jornal Folha de São Paulo (FSP). Na indústria, no varejo e no setor de serviços os planos de negócio estão suspensos por 70% dos consultados pela FSP. Segundo empresários ouvidos pela FSP a insegurança atual é maior do que a do governo Collor.

Aguarda-se a aprovação do projeto que unifica as cobranças do PIS/COFINS que poderão vir com maior ônus. No final de 2014, as empresas poderiam ter desoneração das suas folhas de pagamento. Porém, devido ao ajuste fiscal, o Congresso aprovou as alíquotas que subiram 150%. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), consultando 340 empresas, calcula que as reonerações somente no setor industrial deverão custar 290 mil empregos. Ou seja, 3,7% do total dos empregos industriais. A elevação da carga tributária, segundo a FIESP, deverá chegar a R$5,6 bilhões ao ano. Alerta ainda que a medida seja inflacionária, visto que os empresários irão repassar o encargo para os preços, conforme declararam.

No Palácio do Planalto está em elaboração a redução do número de ministérios executivos e nova reforma para a Previdência Social. Na verdade, os cortes na máquina pública não tem se traduzido em economia de dinheiro, consoante ficou claro que, em recessão forte como a atual, caem assustadoramente os investimentos, o consumo das famílias, mas continuam crescendo os gastos do governo.

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