26/09/2015 - PESSIMISMO ATÉ DO GOVERNO




A incapacidade administrativa por quase cinco anos, que veio se deteriorando, dia após dia, tem gerado, até dentro do próprio governo federal “como nunca se viu antes”. Parece clichê o “como nunca se viu antes”. Mas, não. Na história republicana o elogio próprio, o comportamento dirigente estatal, sempre foi o de projetar o melhor desempenho da economia, toda a vez que o ciclo econômico se revertia para baixo, até mesmo com a presidente Dilma. Porém, agora, já próximo do final do péssimo ano de 2015, no qual não se concretiza o prometido ajuste fiscal, as projeções de órgãos de primeiro escalão da União são os de uma tristeza só. Neste setembro, o Ministério do Planejamento estima – 2,44% de recuo do PIB. Já o Banco Central (BC) projetou – 2,7% de retração da economia nacional. O BC aumentou também em 0,5% a sua estimativa de inflação, para 9,5% em 2015, perante uma meta do Conselho Monetário Nacional (CMN) de 4,5%, tolerando um viés de alta de 2%. O próprio CMN subiu a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) para 7,5%, que estava em 6,5% anuais. Taxa extremamente subsidiada ao grande capital, a quem o BNDES financia, a eleitos como “campeões nacionais”, justamente quem não precisa, porque tem caixa, mas faz “hedge” com dinheiro público, dinheiro público captado a 14,25% anuais, taxa básica de juros (SELIC) que é projetada para permanecer neste patamar até o final de 2016. Há até quem projete a elevação da SELIC em 2016, se a inflação não retroceder, tal como o fez o economista-chefe do Banco Itaú, Ilan Goldfajn. A propósito, todos os bancos elevaram as taxas de juros, na medida em que a inflação tem sido projetada para mais. O temor de que a inflação fique no patamar de 10%, fez a taxa de juros de mercado chegar a mais de 400% ao ano, para o cartão de crédito e para o crédito especulativo. Temores maiores existem com a ameaça de elevação de preços administrados pelo governo, no próximo ano, em doses elevadas, para combustíveis, energia elétrica e outras tarifas. Tais expectativas fazem a inflação permanecer muito elevada. Contribuindo, ainda, a elevação da moeda americana. Como o dólar deu uma disparada neste ano, flutuando acima de R$4,00, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ameaçou vender reservas internacionais, para conter o seu avanço. Por enquanto, o dólar comercial está em torno de R$4,00. A medida defensiva surtiu efeito.

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