22/09/2015 - REPERCUSSÕES DA ALTA CONTINUADA DO DÓLAR




Hoje o preço do dólar comercial fechou em R$4,05 e dólar turismo em R$4,25. Analistas do mercado financeiro acreditam que o dólar poderá subir ainda mais. Por isso, muitos já esperam a inflação se arriscando a fechar o ano em dois dígitos e no ano que vem acima de 6%. O mercado financeiro está nervoso. Os gastos dos brasileiros no exterior já caíram de janeiro a agosto por volta de 25%. Por seu turno, o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy se encontrou com representantes da agência de risco Fitch, em reunião sigilosa. Ela poderá ou não rebaixar a nota brasileira, indo para o último degrau do selo de qualidade, o que tenciona as compras e vendas de moedas estrangeiras.

Por seu turno, o Brasil importa 60% do trigo e a alta do dólar tem repercussão imediata nos preços de pães e de derivados. As condições climáticas inconstantes das regiões produtoras interferem secularmente na produção de trigo brasileira. A alta do pão de janeiro a agosto foi de 8%. Esperam os panificadores ainda repassar 5% até o final do ano. Logo, o que acontece com o trigo influenciará a inflação para a casa de dois dígitos.

É esperado para hoje que o Congresso coloque em pauta os 32 vetos da presidente Dilma, que, somados provocam um impacto de despesas de R$127,8 bilhões nos próximos quatro anos. O senador Delcídio Amaral, líder do governo, declarou ontem: “Se um dos vetos cair, isso demonstrará uma instabilidade política imensa. Será um desastre. Não podemos nem admitir essa possibilidade, será o caos total pelos impactos de bilhões de reais”. De repente, também recuou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, responsável pelas maiores derrotas legislativas da presidente em 2015, defendeu o adiamento da reunião conjunta, para evitar-se que se “acenda um fósforo em um tanque de gasolina”.

Em resumo, Executivo e Legislativo não se entendem. A instabilidade piora os números da economia e o dólar continua em alta.

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